Mário Januário lança “Memórias de Janeiro”

15 Novembro 2023
Texto

Isidro Bento

A Central das Artes, em Porto de Mós, acolhe hoje, 17 de novembro, pelas 20 horas, o lançamento do livro “Memórias de Janeiro”, uma obra de Mário Pereira Januário, administrador tributário aposentado, natural do Chão das Pias e residente em Alcaria. Ao longo de quase 400 páginas, o autor relata um pouco do seu percurso pessoal e profissional numa vida que começou muito difícil e durante largos anos esteve longe de ser fácil, até que fruto de muito trabalho e dedicação atingiu a estabilidade socioeconómica e o êxito profissional pelos quais sempre lutou.

O autor de “Memórias de Janeiro” nasceu no seio de uma família pobre onde todos desde muito cedo tinham tarefas a cumprir e daí que uma das experiências que relata era a de aos quatro ou cinco anos ir buscar batatas ao sótão e água ao poço, e de guardar as cabras e as ovelhas para que não comessem as couves ou o milho. Aos 10 anos, com a quarta classe feita, a sua professora bem tentou convencer o pai a deixá-lo ir estudar para fazer, pelo menos, o quinto ano dos Liceus, por ser um desperdício não aproveitar as suas capacidades, mas o progenitor manteve-se inflexível: para fazer isso a um filho, tinha de fazer a todos, o que implicava que os tais 10 contos que a professora calculava que fossem necessários, teriam de ser 50, o que para si era impraticável.

De acordo com o autor, este episódio que tanto o fez chorar foi também «um estímulo tão forte e profundo que se transformou em desígnio pessoal: ”Ainda estudarei muito. Não sei quando nem onde, mas hei-de estudar. Vão ver”, terá dito para si mesmo e assim, de facto, aconteceu. Voltou a estudar quando cumpria serviço militar em Timor, prosseguiu estudos em Portugal e anos mais tarde, já funcionário da Adminitração Tributária, ingressou e concluiu com êxito o curso de Direito, na Universidade de Coimbra.

Mário Januário teria, ainda, a oportunidade de se tornar docente no Ensino Superior, concretizando-se assim, por inteiro, a promessa que fez a si mesmo de que ainda estudaria muito na vida. Estudou, ensinou e ainda teve tempo para escrever vários livros técnicos e proferir conferências na área da sua especialidade. Pelo meio, nos tempos de criança e jovem, houve anos de muito trabalho na construção civil e no setor da pedra, a que se seguiu a “fuga” à tropa e a experiência da emigração em França para onde foi, como muitos, “a salto”; a prisão às mãos da PIDE no regresso a Portugal, e a ida para Timor.

Mário Januário ingressou na Administração Tributária em 1972, como paquete, e aí fez todo o seu percurso profissional ao longo de 40 anos. Quando se reformou tinha a categoria de administrador tributário, o que equivale a dizer que em quatro décadas conseguiu subir do posto mais baixo àquele que corresponde ao topo da carreira na Administração Tributária.

Entre o seu vasto currículo profissional, destacamos, em períodos diferentes, o cargo de Diretor de Finança de Leiria e dos distritos de Santarém e de Lisboa, e o facto de ter sido um dos dois sub-Diretores da Administração Tributária.

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