Foram cerca de 150 os participantes que, à boleia das suas “pasteleiras”, cumpriram os 10 quilómetros do 9.º Encontro de Bicicletas Antigas da Associação Recreativa Cultural e Desportiva da Mendiga (ACRD Mendiga), no passado dia 14 de maio. Alguns moram na localidade, outros vieram de todo o país, muitos são da região, caso do leiriense Rodrigo Paz, que, vestido a rigor, se fez acompanhar pelo filho, Gonçalo (12 anos) e pela jovem italiana que está a acolher no âmbito de um programa de intercâmbio, Cátia, de 17 anos, que confessa a’O Portomosense estar num passeio do género pela primeira vez: «Já fomos ao Leiria Sobre Rodas em outubro e descobri este mundo das bicicletas e dos carros antigos, que não conhecia. É diferente [do que encontra em Itália]». Também Gonçalo, outro estreante neste encontro em particular, diz preferir as bicicletas «mais antigas», porque gosta «de imaginar como eram as coisas antigamente». É que, como nota o pai, «a bicicleta era importante para as famílias, era o único meio de transporte», daí que queira com a própria família «reviver os tempos passados».
É também esse um dos propósitos a que se prestou a ACRD Mendiga na organização da nona edição do evento, «reviver os tempos antigos», explica o presidente, Paulo Eusébio. Que admite, contudo, que «as pessoas vêm mais pelo convívio».
De pasteleira, mas sem “pastelar”
O domingo iniciou-se pelas 10 horas, com 150 bicicletas prontas a pedalar. «E para correr tudo bem não é preciso ter muito mais», acredita Paulo Eusébio, que revela que as expectativas para o evento foram cumpridas, embora tenha havido um decréscimo em relação à prova do ano passado, que contou com 170 ciclistas. O dirigente aponta o grande número de «festas e eventos na zona» como justificação, relembrando que os participantes vieram de vários pontos do país, fruto também da participação da ACRD Mendiga em passeios nesses lugares.
O percurso, dentro da União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, passou pelos Telhados de Água e pela Lagoa Pequena e pela Lagoa Grande do Arrimal, onde realizaram um lanche partilhado. «E depois voltámos para a sede e houve um almoço-convívio com todos os participantes», explica. Foram 10 quilómetros de “pasteleira” que, de acordo com Paulo Eusébio, não permitiram aos participantes “pastelar”: «Eles dizem que é um percurso um bocadinho duro, mas uma serra sem subidas é difícil», revela, entre risos.
Em 2024, a ACRD Mendiga tem o 10.º Encontro de Bicicletas Antigas nos planos, com a ideia de «fazer qualquer coisa diferente», embora ainda nada esteja organizado. E espera vir a realizar um 11º Encontro: «Enquanto nós formos andando isto vai andando», frisa Paulo Eusébio, que considera a iniciativa «uma mais-valia para a associação».
Foto | Luís Vieira Cruz