Chegou ao fim a relação de «uma temporada e meia» entre a Associação Recreativa Cultural e Desportiva da Mendiga e o treinador da equipa sénior de futsal, Nelson Pereira. A rescisão «por mútuo acordo» é justificada, pelo vice-presidente da Mendiga, António Manuel, com a contenção de custos e mudança de objetivos: «Derivado à pandemia, aos patrocínios, aos resultados que não estavam a aparecer e aos elevados custos que temos tido na equipa resolvemos apostar em alguém da casa». Porém, para já e até ao final do ano são os treinadores-adjuntos quem irão assegurar a atividade.
Apesar de admitir que os resultados «têm influência», António Manuel ressalva que a decisão de rescindir contrato nada teve que ver com descontentamento pelo serviço prestado pelo técnico. «Nesta altura, não dava para suportar mais os custos. Os objetivos passaram a ser outros. Em vez de se jogar pelo primeiro lugar, estamos a jogar pela manutenção», refere.
António Manuel critica ainda a falta de condições para «se averiguar se está tudo bem» o que tem levado à existência de infeções de COVID-19 entre elementos da equipa. «É casos atrás de casos, parece que só na Mendiga é que há casos e nós estamos a começar a ficar céticos com a situação», lamenta. Entretanto, garante que pelo menos já «três ou quatro jogadores» daqueles que considera serem os «melhores» já anunciaram que não jogam mais. «Não há bom senso. As empresas onde trabalham os atletas profissionais colocam-os em teletrabalho e depois vêm jogar para serem infetados», descreve. Apesar de admitir que têm estado a ser feitos testes, o vice-presidente do clube recorda que são «todos pagos pelo clube», uma despesa que não estava prevista nas contas iniciais. «Estes três meses estão a ser mais difíceis de gerir do que 20 anos, que é a experiência que tenho à frente do futsal», descreve.