Durante este mês de abril, Mira de Aire tem a decorrer as celebrações do 86.º aniversário da elevação a categoria de vila.
Alcides Oliveira, presidente da Junta de Freguesia em declarações ao nosso jornal, destaca o empenho das associações locais nesta comemoração com a realização de diversas atividades.
O programa festivo arrancou no passado dia 1, e termina no próximo domingo. Amanhã, dia 25, às nove horas, haverá uma prova de atletismo para crianças, organizada pela Associação de Pais EMMA, com partida junto ao Campo da Fiandeira. Na noite de sábado e tarde de domingo, às 21h30 e 15h30, respetivamente, o grupo de teatro do Círculo Cultural Mirense sobe ao palco da Casa da Cultura para apresentar a peça de teatro “O Gato”. Ainda no domingo de manhã, destaca-se uma caminhada MTB, promovida pelo clube com o mesmo nome, com partida no Adro da Igreja.
No decorrer deste mês, a reunião de Câmara descentralizada que estava inicialmente prevista para o dia 11, foi antecipada para o dia anterior de modo a coincidir com a data de aniversário, culminando a reunião com o corte do bolo festivo.
O assinalar da data de elevação a vila daquela que até 1708 pertenceu à freguesia de Minde, no concelho de Alcanena, não deixa cair a sua importância no esquecimento das gentes mais jovens.
Na opinião do presidente, «as pessoas mais idosas tinham de facto uma perceção das festividades e do assinalar do aniversário da vila ao contrário das mais novas que tendem a não se lembrarem, mas conforme vão amadurecendo vão cultivando esses valores».
Um século depois há mais dificuldades
A freguesia de Mira de Airte, que conta com cerca de 4000 habitantes tem atualmente a extensão de saúde por vezes a funcionar “a meio gás”, e com falta de médicos de família, refere o autarca. Alcides Oliveira recorda que no passado mês de março, «durante um período de tempo, esteve a funcionar com apenas um médico» e salienta que «o município está a unir esforços para solucionar este problema que perdura também noutras freguesias do concelho, provocando grandes contrariedades a uma população idosa».
A requalificação urgente do edifício do mercado da vila é outro problema apontado pelo autarca, que salienta que «terá de acontecer porque, caso contrário, entretanto terá de fechar as portas. De dia para dia verifica-se que as pessoas se vão afastando», diz.
A falta de emprego também continua a ser notória desde a crise dos têxteis, levando a viver um problema como se de uma região do interior do país se tratasse. A falta de acessibilidades tem impossibilitado a sua resolução. «Nós temos uma zona industrial com três ou quatro empresas e que tem uma área que pode ser disponibilizada para outras tantas se instalarem, mas tem sido difícil. Não temos acesso a uma grande rede viária, nem auto-estradas ou itinerários complementares e isso leva ao afastamento do investimento das empresas e com isso mantém-se a falta de emprego levando também muitos jovens a ir para fora», conclui o presidente.