Justiça. É esta a palavra que dirigentes e treinadores da UR Mirense e do CCR Alqueidão da Serra encontram para resumir a partida disputada entre si no passado fim de semana, que terminou com um empate a duas bolas.
Neste encontro, a contar para a 27.ª jornada da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria, em pleno Estádio Manuel Donato dos Santos Ferreira, Mira de Aire, foi a equipa forasteira que entrou mais forte. Aos 22 minutos, o jovem avançado Rodrigo Nogueira inaugurou o marcador, confirmando o estatuto de favoritismo com o qual o atual terceiro classificado da competição se apresentou frente a um Mirense que já não tem qualquer possibilidade matemática de se manter no respetivo escalão.
«Houve muitas dificuldades em sair com bola na primeira parte. O Alqueidão tem uma equipa muito completa, atacou muito e obrigou-nos a trocar algumas peças ao intervalo», explicou a O Portomosense António David (mais conhecido por “Tó Zé”), técnico do Mirense. Sentimento idêntico demonstrou também o treinador adversário, Filipe Faria, que apenas tem a lamentar «as diversas oportunidades desperdiçadas» pelos seus atletas nos primeiros 45 minutos e o facto de os mesmos «não terem conseguido “matar” logo o jogo».
Se na primeira parte da partida houve apenas um golo, história diferente teve a segunda metade. Aos 63 minutos, de grande penalidade, o capitão alqueidoense, Vasco Gonçalves, ampliou o resultado, mas seis minutos depois, João Pedro Soares, que entrara ao intervalo, reduziu. Aos 78’, o japonês Shodai Tomemori aproveitou o adiantamento do guardião adversário e, com um remate em arco, restabeleceu a igualdade com uma “chapelada”.
«Este foi um jogo com duas partes muito distintas. A primeira parte foi do Alqueidão, mas a segunda foi nossa», garantiu Tó Zé, em jeito de balanço, acrescentando ainda que a remontada esteve sempre em cima da mesa, mas que viu essa hipótese desvanecer-se com algumas boas intervenções do guarda-redes Jorge Oliveira, que «tirou algumas bolas que não são para todos».
Para o presidente do Mirense, Manuel Balela, o dérbi «foi uma verdadeira festa dentro e fora das quatro linhas. As equipas respeitaram-se desde o princípio e os adeptos, incluindo os do Alqueidão, foram “cinco estrelas”. Gerou-se um ambiente de confraternização nas bancadas e acredito que devia ser sempre assim. O resultado aceita-se», rematou.
Na mesma linha de pensamento, mas do lado azul e branco, o presidente Nuno Carvalho mostrou-se um pouco mais crítico em relação à exibição dos próprios atletas, frisando a falta de frieza na hora de finalizar, mas concordou com a justiça no marcador e com a atmosfera vivida em Mira de Aire numa data em que também se celebrou o Dia da Mãe: «Este foi um empate penalizador para nós. Em circunstâncias normais, teríamos resolvido o encontro na primeira parte, mas o Mirense equilibrou as contas e o resultado acaba por ser justo. Foi um jogo leal», assinalou.
Com este resultado, Alqueidão da Serra mantém o terceiro posto, com 57 pontos, menos três que o Sporting de Pombal e mais cinco que o Leiria e Marrazes. Por sua vez, o Mirense acumula, à passagem das 27 jornadas, 13 pontos, ocupando, assim, a penúltima posição, com apenas um ponto de diferença do Avelarense, que neste fim de semana conquistou uma importante vitória frente à Associação Desportiva Portomosense.
Ainda nesta jornada, o Grupo Desportivo de Peniche visitou e venceu, por um golo, o Bombarralense, conquistando o campeonato.