
Foto: Jéssica Silva
No passado dia 29 de agosto, a freguesia de Mira de Aire acordou com a notícia de que uma caixa multibanco na vila estava prestes a entrar em funcionamento. Alguns anos e muitas tentativas depois chegou a altura da vila possuir dois multibancos.
Em declarações a O Portomosense, o presidente da Junta de Freguesia de Mira de Aire, Alcides Oliveira, refere que apesar deste multibanco ser há muito tempo «ansiado pela população», o «processo foi moroso» e marcado por «muita dificuldade». E justifica que, atualmente, a implantação de máquinas de multibanco fora do ambiente bancário «não está fácil» e que essa complexidade se deveu ao facto de «há uns anos ter sido recorrente a notícia» dos assaltos a multibancos.
Com a criminalidade a estar cada vez mais presente na esfera pública e a inexistência de mecanismos de segurança, Alcides Oliveira salienta que as entidades bancárias foram «ganhando anti-corpos» para instalarem multibancos fora do ambiente bancário e mostraram sempre «muita reticência». O anterior executivo que iniciou o processo esteve a braços com estes constrangimentos que foram atrasando a implantação de uma segunda máquina.
Depois de várias rejeições, houve uma entidade bancária que decidiu avançar com o processo. Foi precisamente essa que já tinha estado instalada em Mira de Aire, mas como se encontrava num «edifício devoluto teve que encerrar», refere o autarca, adiantando que a máquina de multibanco era «uma das mais movimentas do distrito de Leiria» e, por isso, também era interesse da entidade o seu regresso.
Alcides Oliveira aproveita ainda para dizer que junto à estrutura que alberga o multibanco, a Junta vai fazer umas «pequenas obras de beneficiação» como forma de dar «mais beleza ao espaço» e para que as pessoas se sintam melhor. Obras essas que prevê que estejam concluídas daqui a «duas semanas», dependendo das condições meteorológicas.
A instalação de uma segunda máquina de multibanco em Mira de Aire era um dos desejos antigos da população mirense. Paulo Fernando, de 53 anos, residente em Mira de Aire, reconhece que após o encerramento da outra máquina era «muito urgente e necessário» haver um segundo multibanco. O mirense considera tratar-se de uma «mais-valia» porque quando só havia um, e caso houvesse alguma avaria, a população tinha que se «deslocar a Minde», ou seja, fazer «quase cinco quilómetros» para conseguir fazer transações.
Quem partilha da mesma opinião é Fernanda Jesus, de 58 anos, confessando que o multibanco «avariava muita vez» e que por isso, tinha que se deslocar a Minde quando queria fazer alguma coisa. Fernanda Jesus refere que ficou «muito contente» porque agora já pode ir a pé, e que indo ao outro era uma «chatice» porque muitas vezes nem sequer tinha onde estacionar.
«Nunca de cá devia ter saído!», é desta forma que Lídia Ribeiro, de 68 anos, comenta a existência de uma segunda caixa de multibanco em Mira de Aire. A mirense refere que lhe fez «muita falta» e por isso, considera que já devia ter sido instalada «há muito tempo» e vai mais longe: «Se tivesse mais algum não se perdia nada», atira.