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“Missão País”: universitários ao serviço da comunidade

17 Fevereiro 2023
Jéssica Moás de Sá

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Jéssica Moás de Sá

17 Fev, 2023

De 18 a 25 de fevereiro a Missão País vai estar em Porto de Mós, representada por 58 jovens universitários, prontos para ajudar a «comunidade» no que for necessário. Beatriz Fonte faz parte da equipa de oito chefes na liderança da organização de mais uma missão e explicou a O Portomosense do que se trata «este projeto» de matriz católica. «É um projeto de voluntariado [que existe desde 2003] com jovens universitários, que apesar de ter diretriz nacional, é organizado por cada faculdade de forma independente das outras, assim sendo cada faculdade está destinada a uma localidade onde, durante três anos, prestará auxílio e apoio social à comunidade tendo em conta as suas necessidades», esclarece. Para Porto de Mós, durante os três anos, virão alunos da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Apesar da vertente religiosa estar bem presente no projeto – que durante os oito dias em Porto de Mós será marcada com a celebração de missas e com a reza do Terço –, pretende-se que a Missão País vá muito além disso. «Normalmente o que acontece é que prestamos apoio a crianças nas escolas, a idosos nos lares, no fundo procuramos parceiros locais consoante a localidade», explica Beatriz Fonte. A chefe revelou ainda que, em Porto de Mós, os principais parceiros locais, além da Paróquia, serão a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia e, por isso, as escolas e os lares farão novamente parte de mais uma missão. A Missão País tem ainda um emblema que cumprirá também por terras portomosenses – o Porta-a-Porta – «que consiste literalmente em bater à porta das pessoas e procurar fazer companhia a quem está mais isolado, normalmente em zonas de difícil acesso ou com população envelhecida». Embora este projeto fique habitualmente singido a uma só freguesia (inclusive já esteve três anos no Alqueidão da Serra), desta vez, no que diz respeito ao Porta-a-Porta será alargado a outras freguesias. «Nós vamos estar no centro da freguesia de Porto de Mós, mas em reunião com a Paróquia e com a Câmara Municipal percebemos que para o Porta-a-Porta se justifica afastarmo-nos um pouco, onde há mais pessoas isoladas, porque este emblema serve muitas vezes para sinalizar certas situações precárias, visitando as pessoas, criamos um elo de ligação», sublinha.

Porquê Porto de Mós?

Uma das regras da Missão País é não repetir localidades e a freguesia de Porto de Mós cumpria esse requisito. «Nos últimos três anos estivemos em Sines, correu muito bem e percebemos que não faz muito sentido afastarmo-nos muito da zona de Lisboa, para a logística interna é mais fácil preparar a missão», frisa Beatriz Fonte. Até porque, salienta, por vezes para a vertente religiosa são trazidos testemunhos que, assim, estão mais perto do local. Foi por sugestão de «um padre, tio de um co-chefe» que surgiu, primeiro que tudo, o concelho de Porto de Mós. «Tínhamos pensado noutra freguesia, mas depois percebemos que era pequena para termos todas as valências que a Missão acarta, e trazia mais dificuldades de logística mesmo onde pernoitar, onde fazer as nossas refeições. Decidimos tentar reunir com a Câmara e com a Paróquia e, desde o primeiro momento, fomos tão bem recebidos que não fazia sentido procurar outro sítio, de todo», salienta Beatriz Fonte.

Missão vive “100% de donativos”

«A Missão País vive 100% de donativos e é 100% organizada por nós», revelou a jovem. Apesar de existirem algumas «indicações da Missão nacional de como as coisas se devem proceder», depois, cada faculdade organiza a sua própria missão do zero, o que é «o grande desafio»: «Principalmente no primeiro ano numa nova localidade, na qual é preciso criar as primeiras relações, porque o que acontece no segundo e terceiro ano é que já existe uma relação com a comunidade, a comunidade espera-nos, já sabe como funciona», explica. No entanto, até agora, afirma Beatriz Fonte, a organização está «a ser muito bem recebida» em Porto de Mós.

A estudante de Direito considera que não é necessário «ter uma prática de Fé» para fazer parte deste projeto. «Todos os anos temos alguém ateu, nunca aconteceu termos de outra religião, mas creio que noutras faculdades já poderá ter acontecido», frisa. Embora exista uma componente religiosa, «ninguém impede ninguém» de participar se o seu espírito for de ajudar. «A grande bandeira da Missão País é a entrega e a integração e é exatamente isso que nós procuramos fazer nas comunidades, é entregarmo-nos, procurar fazer aquilo que nos pedirem para fazer, ou seja, vamos com uma ideia para não irmos perdidos, mas quando chegamos às comunidades não temos exigências, fazemos o que a comunidade quer, cada comunidade é especial, cada comunidade tem as suas necessidades, as pessoas são diferentes», salienta. Ainda assim, Beatriz Fonte conhece casos de quem aqui se encontrou com a Fé.

Durante estes dias em Porto de Mós, o grupo de jovens, como é habitual em todas as localidades por onde passa, prepara um teatro para apresentar à comunidade, assim com um arraial. O «teatro [dia 24 de fevereiro, às 21 horas, no Cineteatro] será totalmente gratuito, aberto e destinado a todos os que quiserem assistir, representando a nossa forma de agradecimento para com a comunidade de Porto de Mós». O arraial acontece no último dia de Missão, 25, a partir das 13 horas.

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