Munícipes devem 270 mil euros à Câmara de Porto de Mós

26 Janeiro 2023

Jéssica Silva

Ao longo dos últimos anos, os munícipes do concelho de Porto de Mós acumularam «cerca de 270 mil euros» de dívidas à Câmara, sendo os setores com maior expressão «os ramais da Água e Saneamento» mas também, «com algum peso significativo», a área da Ação Social. O documento que resume os pagamentos/recebimentos em atraso dos cidadãos – que contempla os dados até ao dia 31 de dezembro de 2022 – foi apresentado na última reunião de Câmara descentralizada, realizada em Porto de Mós, na qual o presidente da Câmara, Jorge Vala, tentou justificar as razões que poderão explicar este volume de dívidas em atraso ao Município. «São muito decorrentes ainda da COVID-19, da impossibilidade de fazer cortes, mas também, já aqui uma parte com algum significado, no último semestre de 2022», disse. Jorge Vala reconhece que este é um «valor já significativo» mas lembra que poderia ser «substancialmente maior», se não fosse o acordo que o Município estabeleceu com a Autoridade Tributária: «Cobra algumas das dívidas e algumas delas não são maiores por força desta questão», explicou.

Em resposta ao vereador Rui Marto, que questionou se no documento a alínea dos “serviços sociais” se referia a dívidas com refeições escolares, o presidente de Câmara confirmou e acrescentou serem, sobretudo, de pais cujo os filhos «estão fora de escalão»: «A maioria destes valores diz respeito a pessoas que pagam, que estão de fora das isenções. São aqueles que eventualmente poderiam pagar, mas não pagam», critica, reconhecendo, no entanto, que outros «não podem ou não conseguem» pagar. «É a tal classe média que tem que pagar tudo e que, na maioria das circunstâncias, tem a chamada “canga às costas” para pagar e não tem isenções de nada nem de ninguém», afirmou. Nestes casos, o autarca considera ser «fundamental» que haja «compreensão» e é por isso que, garante, o Município tem feito planos de pagamento «sempre que as pessoas o solicitam»: «Há pessoas que nos dizem que só conseguem pagar 10 euros por mês e é esse o valor que pagam», conta. «Mas, como se sabe, e em tudo infelizmente acontece isto, há pessoas que pura e simplesmente não se preocupam, não querem saber», conclui.

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