No passado sábado, dia 29 de junho, feriado municipal, decorreu no Castelo a cerimónia de entrega dos Prémios Dom Fuas. Realizada pelo segundo ano consecutivo, a sessão distinguiu 28 PME Líder, das quais cinco PME Excelência, as 10 maiores exportadoras do concelho e ainda a Associação Serviço e Socorro Voluntário de São Jorge (ASSV), que foi galardoada com o Prémio Dom Fuas Responsabilidade Social; e Samuel Martins que recebeu o prémio Carreira pelo seu cargo de chefia na empresa Microsoft.
A abrir a sessão, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vala, referiu que este é «um momento muito especial porque reafirma a importância sócio-económica do tecido empresarial do concelho» e porque pretende «continuar a construir pontes de união entre todos, em torno do potencial que temos e das pessoas que somos e, a partir daqui, contribuir para a afirmação e dinâmica de uma região que será tanto mais forte quanto mais unida estiver». Assim sendo, considerou, «faz todo o sentido» que se homenageiem estas empresas e os seus empresários, «destacando as PME Líder, premiando as empresas que se destacaram pela Excelência e também as maiores exportadoras, porque todas são nossas embaixadoras por esse mundo fora», afirmou.
Relativamente ao Prémio Dom Fuas Carreira e a Samuel Martins, Jorge Vala salientou que «sendo ainda um jovem, tem um percurso notável, reconhecido entre os seus pares» e que, também por isso, merece ser distinguido pelo Município. Por não poder estar presente, o galardoado enviou em seu lugar o seu irmão, David Martins, que depois de dizer que era uma honra para Samuel receber este prémio, contou um pouco das memórias e da ligação que ambos têm com Porto de Mós e com o próprio Castelo: «A minha mãe nasceu e cresceu aqui em baixo, nós nascemos ali também, os meus pais conheceram-se no [antigo] café Milá, crescemos atrás deste monte, a esfolar joelhos, a andar de bicicleta… Foi aqui que eu e o meu irmão passámos a nossa infância e que ele fez as amizades mais profundas, foi aqui que conheceu a sua esposa…», revelou. Confessa que depois de saírem do concelho para frequentar o ensino superior, voltam sempre que podem, mas que isso passou a ser mais difícil depois de entrarem no mercado de trabalho, mas ambos arranjaram uma estratégia para se sentirem próximos das suas memórias: «Andamos sempre com estas caixinhas, quer andemos cá dentro ou lá fora, que têm o nosso castelinho. Andamos com ele para trás e para a frente e vamos dando aos nossos amigos», contou, enquanto mostrava uma das caixas, arrancando sorrisos de todos os presentes.
O presidente da ASSV, Nuno Rebocho, “subiu a palco” para receber o prémio Responsabilidade Social e começou por lembrar os fundadores da associação «que em 1988 criaram a instituição começando apenas com uma ambulância. A partir daí, é um caminho de 31 anos», no qual as sucessivas direções têm feito «o melhor possível para servir a comunidade». O dirigente deixou ainda um repto «a todas as instituições do concelho e sobretudo também à Câmara Municipal, que tem feito um trabalho de coesão, mas que faça com mais intensidade de maneira a que todas as instituições possam, cada vez mais, ter a possibilidade de ter mais meios» pois «Porto de Mós necessita que todas as instituições, todas as IPSS possam unir-se cada vez mais, trabalhar em rede, de maneira a ajudar também cada vez mais e melhor todos aqueles que necessitam». Jorge Vala afirmou que a ASSV soube «nascer, crescer e prestar um valoroso serviço à comunidade, à custa do esforço altruísta e de uma postura solidária, sem se escudar na ausência de subsídios ou outras condições de exceção».
Importante contributo de todos
O presidente da NERLEI, António Poças, afirmou que «hoje em dia, para uma empresa ter um bom desempenho, não pode fechar-se em si própria, tem de interagir com a comunidade em que se insere. E apesar de estarmos na era digital, a importância destas relações de proximidade, que apoiam a atividade das empresas, continua a ser fundamental». Esta é uma opinião corroborada pelo presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, Raul Castro, que considera que «a fase de “melhores sozinhos” é passado» e que «o que está aqui em causa, nomeadamente através do poder local, chama-se coesão», ou seja, «perceber que vale mais estarmos todos associados àquilo que é essencial do que estarmos divididos». Raul Casto disse ainda que «compete ao poder local ajudar a que haja um reforço desse sentido de unidade, naquilo que é essencial».
A vice-presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Rita Cadima, depois de felicitar a autarquia pela iniciativa, quis deixar «uma palavra» aos diplomados do IPL, por acreditar que «têm contribuído para a procura da excelência, para a atualização, inovação e internacionalização que temos tido nas várias empresas e instituições da região».
Nuno Mangas, presidente do IAPMEI, a quem coube o encerramento da sessão, destacou a importância de haver «a capacidade de colocar em evidência, mostrar aquilo que de bem se faz no nosso país, em particular ao nível empresarial». Nuno Mangas felicitou o Município por ter alargado a distinção às maiores exportadoras do concelho porque isso permitiu que fossem premiadas empresas «que cresceram, que se desenvolveram e que hoje já são grandes empresas». Além disso, é merecido, uma vez que «as exportações são um dos grandes “cavalos de batalha” para os promotores e apoiantes da atividade económica».