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Município quer um “regresso à normalidade”

10 Setembro 2020
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

10 Set, 2020

«Inadmissível» é desta forma que a vereadora com o pelouro da Saúde do Município de Porto de Mós, Telma Cruz, classifica algumas das situações que têm ocorrido no concelho, nomeadamente com utentes a serem atendidos à janela. «Não se pode colocar as pessoas em risco, nem expostas à invasão da sua privacidade», continua. A autarca adianta que «alguns munícipes» já reportaram inclusivamente essa situação à Câmara, estando as freguesias de Porto de Mós, Mira de Aire, Alqueidão da Serra e a União de Freguesias de Arrimal e Mendiga no topo da lista de queixas.

Apesar da gestão das unidades de saúde não ser da responsabilidade do Município, O Portomosense procurou saber se o executivo tem em perspetiva algumas estratégias de forma a solucionar problemas no atendimento de utentes e que são transversais a todo o concelho. «Temos desenvolvido um conjunto de reuniões, quer com os coordenadores das unidades de saúde do concelho, quer com o ACES Pinhal Litoral, quer mesmo com a ARS no sentido de alertar para a urgência de as consultas voltarem à normalidade», frisa Telma Cruz.

A evolução da pandemia em Portugal levou a mudanças drásticas na gestão das unidades de saúde e como consequência muitas das consultas médicas passaram a ser feitas pelo telefone. No entanto, a solução encontrada não é, na perspetiva da vereadora, exequível: «Temos aqui uma população bastante idosa e que precisa da sua consulta presencial. A consulta por telefone não é a resposta eficaz, a resposta será voltar à normalidade», alerta. A vereadora da Saúde refere ainda que a ambição do Município é que as pessoas sejam atendidas «com dignidade» e que isso só é possível no consultório médico.

Com as notícias que deram conta da retoma das consultas em alguns centros hospitalares, Telma Cruz defende que o mesmo seja feito nas Unidades de Saúde Familiar (USF) e nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) sob pena de existir um sobrecarregamento daquelas instituições. «A população querendo uma resposta do médico enche o serviço de urgência dos hospitais quando a resposta era facilmente dada pelo seu médico de família», reconhece. A vereadora enfatiza também o facto de os centros de saúde terem condições para receber utentes e critica a gestão escolhida pelas entidades competentes que passou por «privilegiar-se a doença COVID-19 e descurar-se as outras todas que são tão ou mais urgentes de serem tratadas», conclui.

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