Classificada em 2.º lugar na categoria infanto-juvenil no Concurso Novos Talentos da Literatura José Endoença Martins 2017, no Brasil, a escritora apresentou recentemente a sua primeira obra editada “O menino que não sabia sorrir”.
Em que altura começou a escrever este livro?
Comecei a escrever em 2014 e enviei esta obra para a Chiado e outras editoras que mostraram interesse em publicar pelo facto de acharem que tinha potencial editorial e comercial. Mas, na altura, a questão era apenas monetária, e por isso, contactei várias instituições, no sentido da venda reverter a favor de alguma causa, mas as respostas, curiosamente, foram negativas. Um dia, em conversa com um colega de trabalho sobre esta obra, ele deu a ideia de pedir apoio à Câmara Municipal. Na altura fiquei um bocado reticente, mas ele avançou e foi falar com o vereador Eduardo Amaral que concordou em dar o apoio.
Esta obra foi premiada num concurso de novos talentos de literatura portuguesa no Brasil, em 2017, com o prémio “Coruja de Athena”, o que a valorizou mais, e entretanto, tive mais apoios além da Câmara Municipal, e só assim foi possível concretizar este sonho.
Como considera esta obra?
Posso considerar que pode deixar-nos a “viajar” um pouco até África. Trata-se de uma história pequena, de leitura fácil, e bastante esclarecedora e que pode levar uma boa mensagem a crianças entre os 7 e os 10 anos, na classificação dada pela Chiado, mas na minha opinião acho que é dos 7 aos 100. Esta é uma obra que leva à reflexão e alerta as crianças que mentir não é o melhor caminho e tem também um lado muito didático.
Como é que está a ser recebido?
Tenho tido um feedback bastante positivo, com boas críticas. As pessoas abordam-me para me dar os parabéns, o que para mim é muito gratificante. Tenho tido reações até de professores tanto do 2.º ciclo e secundário. Houve até uma professora do 2.º ciclo da Batalha que disse ter ficado encantada com o livro e que ia recomendar a leitura para alunos do 5.º e 6.º anos. Ela descobriu onde eu trabalhava e veio até ao meu encontro para o autografar, pois tinha uma aluna do 5.º ano que já tinha até efetuado um trabalho sobre ele.
Aqui encontramos o seu lado mais humano?
O facto de ter vivido em África fez-me estar próxima de pessoas com bastantes dificuldades e isso provavelmente tornou-me na pessoa que sou hoje, ou seja, vejo as coisas de uma forma mais humana, devido à minha vivência, para além da educação dada pelos meus pais. Daí eu ter sempre uma vertente dedicada ao voluntariado, e inicialmente, a minha ideia foi mesmo criar este livro para apoiar uma causa, e tenciono continuar a insistir até com associações ou eventos que façam e que eu possa de alguma forma promover e vender o livro, cedendo 10% dos direitos de autor.
Com este entusiasmo, já há outros projetos?
Neste momento, o meu próximo objetivo é conseguir publicar uma história infantil com classificação dos quatro aos seis anos, que também é uma história verídica e que fala sobre as diferenças. Trata-se de uma história verídica que eu presenciei de bastante perto.
Posteriormente, será talvez um livro de poesia, que é uma paixão desde a infância e já tenho mesmo muitos poemas.