Foi publicado, recentemente, o livro Saber Ser. Saber Fazer. O Património Cultural Imaterial da Região Centro pela Direção Regional de Cultura do Centro. A produção de conteúdos foi desenvolvida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos. São 77, os municípios incluídos na obra, «que integram a área de influência da DRCC e as suas comunidades de referência», como se pode ler no site oficial da Direção Regional de Cultura do Centro. Nesta obra, Porto de Mós teve quatro dos seus “tesouros” destacados.
Conhecimentos Tradicionais da Olaria de Barro Vermelho de Porto de Mós
Produzida no Juncal e nas Pedreiras, a olaria de barro vermelho é uma «herança familiar, transmitida de pais para filhos», pode ler-se na publicação. A matéria-prima que existe em grande quantidade na região gerou o desenvolvimento da atividade cerâmica para fins domésticos e para a construção. As peças, decoradas à mão, exibem «pinturas nos tons de barro, sobretudo nas cores azul e branco». Atualmente, a profissão de oleiro está em risco de desaparecer na região.
Conhecimentos Tradicionais da Confeção da Morcela de Arroz
A morcela de arroz é sinonimo das épocas festivas da região. A sua confeção pode ser feita de vários modos e integra a culinária e gastronomia local. No livro, é referida a importância deste enchido para a população de Porto de Mós, tendo em conta que está «presente em todas as festividades» da região e é «produzida em continuidade em várias freguesias do concelho».
Saber-Fazer da Calçada Portuguesa em Porto de Mós
A Calçada Portuguesa, de herança ancestral, caracteriza-se pela aplicação de pedras irregulares, de cor branca, podendo ser de lioz ou calcário, e preta, de basalto ou calcário. A junção das pedras formam desenhos e padrões que embelezam as ruas de vilas e cidades portuguesas, estando presentes também, em vários lugares do mundo, como no Rio de Janeiro, no Brasil. Estima-se que a matéria-prima utilizada venha a desaparecer nas próximas décadas, colocando este saber em “vias de extinção”.
Arte Tradicional da Cestaria de Junco
A planta que cresce em terrenos lamacentos marcou a região do Juncal, servindo como matéria-prima para «transportar alimentos, compras e o almoço dos trabalhadores do campo», refere a obra. Os artigos de junco ficaram conhecidos pela sua durabilidade, pelos padrões e cores diferentes e pela sua originalidade. Hoje em dia, a matéria-prima é escassa e são poucos os artesãos que se dedicam à atividade.