Início » “Nova sede implicará um investimento de dois milhões de euros”

“Nova sede implicará um investimento de dois milhões de euros”

28 Novembro 2019
Isidro Bento

Texto

Partilhar

Isidro Bento

28 Nov, 2019

No ano em que o Centro de Apoio Social Serra D´Aire e Candeeiros – CASSAC, festeja o seu 15.º aniversário, O Portomosense apresenta um retrato sumário de uma instituição que desempenha um papel de grande relevo na área da União de Freguesias Arrimal e Mendiga e freguesias de Serro Ventoso e São Bento, no âmbito do apoio a idosos.

À conversa com o nosso jornal, o presidente da direção, Saul Saraiva, conta-nos que «o primeiro pensamento para a criação de um lar de idosos aconteceu na Mendiga, entre um grupo de amigos. Os presidentes das então quatro juntas de freguesia souberam e resolveram eles próprios assumir o projeto por acharem muito interessante a ideia de criar um lar que abarcasse toda aquela área serrana», tendo na altura juntado um grupo de pessoas para os ajudar. «Fizeram-se os estatutos e foi criado o CASSAC. Logo nessa altura as juntas pensaram em arranjar um terreno para construir essa infraestrutura e assim fizeram, tendo-o depois oferecido à instituição».

Já com os órgãos sociais eleitos, o CASSAC seguiu o seu caminho mas as juntas não deixaram de estar presentes sempre que foi necessário, frisa Saul Saraiva, explicando que da parte da instituição «tem havido a preocupação de as manter informadas sobre o trabalho que vai fazendo e as dificuldades que enfrenta e são sempre convidadas a assistir às assembleias gerais».
E qual é o principal problema que enfrenta o CASSAC? «Dinheiro» diz, perentório. Se houvesse dinheiro suficiente as obras de construção da ambicionada sede já teriam arrancado e hoje aquela zona do concelho poderia dispor entre outros, de um centro de dia e de um lar.

O responsável diz que «tem havido subsídios da Câmara mas que mesmo assim não se tem conseguido arrancar com a obra», admitindo que ele próprio, embora bem intencionado, possa ter alguma culpa nesse atraso: «Pensei em convidar três ou quatro empresas para nos darem um orçamento mas fui alertado de que não o podia fazer, tinha de abrir concurso público, só que isso veio atrasar o processo em um ano e levantar-nos outro problema, é que lançar concurso sem dinheiro é pôr a cabeça no cepo», frisa.

«Dizem-me “a obra faz falta”. Pois faz, mais ninguém ou melhor que eu sabe as dificuldades por que passam as nossas funcionárias para realizar o seu trabalho e tenho de lhes dar os parabéns por aquilo que fazem. Ninguém mais precisa das instalações que o próprio CASSAC e ninguém mais que nós quer que a obra avance, e se há coisa que me doía é acabar o meu mandato sem a ter lançado mas não tendo as verbas asseguradas não podemos avançar», refere, adiantando que se lhe dissessem «está aqui o dinheiro» ou que «vai aparecer num ano ou dois», em dois meses meses lançava o concurso público.

Como a associação não tem a verba necessária, a solução poderá passar por um plano de financiamento a estabelecer com uma entidade bancária, tendo já havido contactos nesse sentido. Há, também, a hipótese de, entretanto, vir algum dinheiro por parte do Estado. «Estamos à espera, se vier temos tudo preparado mas como eu próprio já disse às juntas, uma obra de dois milhões de euros não pode começar sem mais nem menos, é preciso ter algumas cautelas», diz.

E não se poderia avançar de modo faseado? Saul Saraiva reconhece que sim mas adianta que «quem está à frente de qualquer instituição tem de tomar decisões difíceis e essa, neste caso, é uma delas». Avançar por fases seria mais fácil mas daí a quantos anos é que a zona da serra ficaria dotada de centro de dia e lar, sendo certo que não há capacidade para avançar com os dois em simultâneo? Questiona o dirigente associativo, adiantando outro argumento: «No país há muitos que avançaram deste modo e mais de 20 anos depois ainda não conseguiram fazer tudo. Será boa solução arriscar o mesmo caminho?». No seu entender a melhor solução será esperar mais um pouco, ver se aparece algum apoio estatal, e depois avançar com o projeto no seu todo e se ainda faltar dinheiro, pedir a colaboração da população e das autarquias.

E como é que o presidente da direção vê o CASSAC? «Penso que fazemos um bom trabalho e que isso é reconhecido tanto pelos nossos utentes e suas famílias, como por autarquias e entidades públicas, mas porque nem todos nos conhecem bem, temos procurado dar maior visibilidade ao que fazemos. Fruto, certamente, desse desempenho, ganhámos o prémio Fidelidade pelo projeto de fisioterapia no domicílio e na próxima semana vamos estar no programa Praça da Alegria, a convite da RTP, o que será uma excelente promoção».

Olhando para trás, Saul Saraiva considera que «nestes 15 anos o CASSAC cresceu de uma forma gradual, pensada, mas também dependente do número de utentes que foi tendo. Como o apoio da Segurança Social é pequeno face ao volume de despesas foi necessário encontrar alternativas como a prestação de serviços complementares e, acima de tudo, têm sido muito bem aproveitados todos os tostões de forma a que, além de suprir as necessidades do momento, a casa tenha um fundo de maneio para qualquer imprevisto (ou oportunidade) que surja».

Enquanto não chega a nova sede, o CASSAC vai continuar a usar o espaço cedido pela associação da Marinha da Mendiga e Saul Saraiva sublinha «a imensa gratidão pelo favor que tem feito não só ao CASSAC mas à população das freguesias» que este serve, lembrando, ainda, que as atuais instalações foram adaptadas no âmbito de uma parceria em que a Câmara também teve um papel importante.

Assinaturas

Torne-se assinante do jornal da sua terra por apenas: Portugal 19€, Europa 34€, Resto do Mundo 39€

Primeira Página

Publicidade

Este espaço pode ser seu.
Publicidade 300px*600px
Half-Page

Em Destaque