Novo ano traz novos aumentos e poucas descidas

29 Dezembro 2024
Texto

Fábio Sousa

2025 está aqui à porta e se 2024 foi marcado por várias oscilações na taxa inflação, o próximo ano também não vai escapar a novas mexidas. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pela Lusa, preveem uma descida nesta taxa mas indicam uma subida generalizada dos preços em vários outros serviços e bens como as portagens, rendas, telecomunicações e o pão. A única exceção a este aumento é a eletricidade, que tanto no mercado regulado, como no liberalizado, deverá baixar.

Eletricidade a descer 

Os dados apresentados pelo INE revelam que as famílias que estão no mercado regulado da eletricidade deverão ter um aumento tarifário, já a partir de janeiro do próximo ano, de 2,1%, mas na prática, com a aplicação das taxas e impostos, esperam-se reduções entre os 0,82 e 0,88 euros. Estas descidas são justificadas com a alteração legislativa que aumenta o valor do consumo de energia sujeito à taxa reduzida de IVA (6%), aprovada este ano no parlamento.

Já no mercado liberalizado, que em Portugal continental representa a grade fatia do consumo total de energia, tanto a EDP Comercial quanto a Galp, anunciaram reduções na ordem dos 6% na fatura da eletricidade, face a uma melhoria das condições de mercado – estas reduções da Galp já estão em vigor desde o dia 1 de dezembro deste ano sendo que as da EDP deverão começar a baixar a partir do primeiro dia de 2025.

Serviços e bens essenciais

De acordo com a mesma fonte, as portagens nas autoestradas portuguesas deverão aumentar 2,21% em 2025, tendo em conta o valor da inflação homóloga sem habitação de outubro divulgado pelo INE, sendo ainda acrescentado os 0,1 % de compensação às concessionárias. Já os transportes públicos de passageiros, face à atualização tarifária baseada em dados do Instituto sobre a inflação, vão aumentar 2,02% no próximo ano.

As rendas, que no ano passado sofreram o aumento mais alto dos últimos 30 anos, em grande parte devido à crise habitacional que se vive em Portugal e na Europa, podem vir a subir 2,16% em 2025. Este aumento equivale a uma subida de 2,16 euros por cada 100 euros de renda, o que significa que uma renda de 750 euros poderá aumentar em 16,20 euros no próximo ano.

Aqueles inquilinos, onde os senhorios não atualizaram a renda nos últimos dois anos, podem ver a fatura ao final do mês aumentar mais, uma vez que podem ser somados os coeficientes de 2023 e de 2024 aos 2,16% de 2025, num total de 11,1%. Contudo, é importante referir que a atualização do valor das rendas não é obrigatório, o que dá a cada senhorio autonomia nesta decisão.

No ramo das telecomunicações a única operadora que prevê aumentos é a MEO – com exceção nos serviços Uzo e Moche – uma vez que está contratualmente previsto. A NOS decidiu manter os seus tarifários e a Vodafone Portugal não adiantou qualquer informação sobre este tema.

Dois dos bens alimentares que, em 2025, vão registar aumentos, são leite e o pão. Este primeiro tem continuado a aumentar sucessivamente nos últimos meses deste ano que chega ao fim, estando previsto que mantenha a mesma trajetória de subida a partir do mês de janeiro. Este aumento deve-se à subida dos custos da produção, nomeadamente o aumento dos preços do gasóleo e da eletricidade.

O pão, um dos alimentos clássicos da dieta portuguesa, vai ficar mais caro no próximo ano, (à semelhança do leite), devido ao aumento dos custos de produção, mas também devido à subida do salário mínimo nacional. Em 2024 as vendas da panificação e pastelaria registaram um aumento, mas a quantidade produzida sofreu uma quebra.

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