Está a nascer em Mira de Aire um Grupo de Escoteiros, pertencente à Associação de Escoteiros de Portugal (AEP). As atividades já arrancaram e o grupo tem sede, no antigo quartel da GNR, na vila, conseguida por contrato comodato com a Câmara Municipal, como noticiou O Portomosense na sua última edição.
As atividades propriamente ditas começaram no dia 3 de outubro e, de acordo com Artur Gomes, o chefe de grupo, «é expectável que o Grupo esteja em formação até meados de abril», quando será feita a oficialização. Nesse dia, os elementos deverão também fazer o seu compromisso de honra, passando assim a usar o lenço. Ao contrário do que acontece nos escuteiros do Corpo Nacional de Escutas, nos grupos pertencentes à AEP, o lenço é igual para todos os elementos, independentemente da idade, e específico de cada Grupo. No caso de Mira de Aire, o lenço será preto, com «uma fita branca e uma fita azul bebé», terá também uma flor-de-lis e “Mira de Aire” escrito em código Morse, estes últimos elementos serão «bordados a amarelo vivo, porque são as cores da freguesia».
O Grupo tem, neste momento, 45 elementos, distribuídos por quatro divisões: 14 lobitos (dos 6 aos 10 anos), 15 escoteiros (dos 10 aos 14 anos), seis exploradores (dos 14 aos 18 anos) e dois caminheiros (dos 18 aos 22 anos), a que se juntam oito dirigentes. As crianças e jovens são, na sua maioria, provenientes de Mira de Aire, mas há também elementos de Alvados e de Fátima.
Remodelação do edifício já começou
Até aqui, a sede do Grupo «era na Natureza» e Artur Gomes garante que a intenção é que muito do tempo em atividade continue a ser na Natureza. No entanto têm agora uma sede física. O contrato comodato, celebrado com o Município, prevê que seja o Grupo a fazer a remodelação do edifício.
Artur Gomes revela que já foram «trocados alguns vidros, fechaduras e portas» e que o próximo passo «é preparar o espaço da Alcateia», destinado aos lobitos. Os espaços destinados às restantes divisões serão feitos «à maneira escotista»: na sala dos escoteiros serão montados tipis, tendas típicas das tribos índias, e na sala dos exploradores os elementos deverão fazer «alguma coisa tipo um forte», uma vez que decidiram ser a tribo dos Vikings e pretendem que a sua sala esteja de acordo com isso mesmo. O chefe de grupo adianta que, na parte exterior do edifício, é intenção «fazer um mural em memória de Baden-Powell», o fundador do movimento. «Temos que pedir autorização à Câmara, mas já temos alguns desenhos e vontade não nos falta», avança.
O chefe, natural de Mira de Aire, garante que, daqui para a frente, pretendem envolver-se em várias atividades com a comunidade, nomeadamente ligadas ao apoio social e à questão ambiental. Estando a vertente social mais limitada neste momento por culpa da COVID-19, o grupo põe apenas a hipótese de «cantar umas músicas à porta do lar, mas sem contacto e sem entrar [na instituição]». Quanto à parte ambiental, pretendem «trabalhar a proteção da Natureza» e envolver-se em ações já conhecidas da população, como por exemplo o Vale Limpar.