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Número de alunos nas escolas do concelho com aumento superior a 10% em dois anos

19 Setembro 2023
Jéssica Moás de Sá

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Jéssica Moás de Sá

19 Set, 2023

O Município de Porto de Mós voltou a assinalar o início do ano letivo com uma manhã dedicada aos professores. A Receção ao Professor deste ano realizou-se no Cineteatro de Porto de Mós e contou com a presença de professores do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós e do Instituto Educativo do Juncal. Educação Positiva e Inclusiva numa Escola para Todos foi a temática escolhida para este ano que foi abordada em dois momentos distintos. O professor Nuno Pinto Martins falou sobre Educar pela Positiva e António Lopes, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares do Centro, debruçou-se sobre o tema Escola inclusiva, uma escola para todos.

Antes de se iniciarem as palestras, a sessão de abertura contou com alguns discursos. A “abrir as hostes” esteve o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala. «Esta iniciativa de receção e boas-vindas aos docentes, embora recente, é uma marca deste executivo onde pretendemos incluir todos, porque todos são o pilar da educação dos nossos jovens», começou por referir. O autarca garantiu que a «Educação constitui» para o Município «um processo privilegiado de emancipação, de formação do carácter, da personalidade e da integração de cada cidadão, potenciado a construção de uma sociedade mais culta, mais desenvolvida, mais empreendedora, mais solidária e mais justa». Por isso, diz Jorge Vala, o Município tem feito um «esforço» em apoios diretos e indiretos às famílias para lhes garantir o acesso, entre outras coisas, à Educação. O autarca deu alguns exemplos como o «IMI Familiar, a devolução do IRS, o cartão de saúde, os transportes escolares gratuitos» ou a atribuição de bolsas aos jovens do concelho que ingressam no Ensino Superior.

«Em 2018 referi que, para nós, deixar de contar com um aluno cuja família reside no nosso concelho é perder um pouco do nosso futuro, nessa altura todos os anos perdíamos alunos», recorda. Agora, a realidade é outra: «Com a alteração de algumas regras e também com o contributo dos docentes, fomos invertendo esta tendência e é com orgulho e até alguma vaidade que vos digo que nos dois últimos anos temos ganhado futuro. Ganhar futuro é ter a frequentar as escolas do nosso concelho a quase totalidade das crianças e jovens que cá residem, um crescimento efetivo superior a 10% em dois anos».

Os projetos em andamento

Jorge Vala aproveitou o momento para recordar ou adiantar os projetos que estão em curso nesta área. «Neste momento já está lançado o concurso público internacional para a requalificação e ampliação da Escola Secundária de Porto de Mós, uma obra que irá proporcionar condições de excelência para toda a comunidade escolar e que visa integrar os alunos dos 2.º, 3.º ciclo e Secundário numa só escola», explicou. Está também neste momento a ser elaborado «um projeto para a construção de um espaço adjacente ao centro Escolar de Pedreiras», cuja intervenção o presidente conta que se inicie «ainda neste ano letivo». Está também mapeado «para apoio de fundos comunitários um novo centro escolar no Juncal». Em curso está ainda «o plano de intervenção das escolas do pré-escolar e 1.º ciclo, para garantir melhores condições» para fixar os alunos, onde, sublinha Jorge Vala, «as Juntas de Freguesia são um parceiro fundamental».

A concluir o seu discurso, o autarca falou sobre o tema do projeto educativo deste ano – Liberdade – que «não poderia vir mais a propósito, relembrando que em 2024 se assinalam 50 anos da Revolução de Abril». «Estamos num tempo em que importa trazer à discussão, de todos, os direitos e obrigações de cada um e sobretudo onde começa e acaba a Liberdade. É, aliás, esta Liberdade que nos permite estar aqui a falar abertamente da escola inclusiva, para todos, sem exceção».

Que seja “um ano tranquilo”

Para dar as boas-vindas aos professores esteve também presente o diretor do Centro de Formação da Rede de Cooperação e Aprendizagem, António Rodrigues, que já tem sido presença habitual. O responsável aproveitou para desejar aos professores presentes um «ano sereno», porque, diz, «já chega de anos disruptivos». António Rodrigues evidenciou ainda o importante papel da escola na «transformação dos indivíduos em cidadãos». Fazendo a alusão a um livro que leu, assume ter percebido nesse momento que «a Liberdade só é conseguida de houver disciplina»: «As pessoas normalmente não se apercebem disso porque fazem uma confusão entre obediência e disciplina, que são coisas completamente distintas. A obediência recorre de uma relação com o outro, é obedecer a alguém, a disciplina recorre da auto-regulação de nós próprios. E se alguma coisa nós podemos dar à Liberdade e à construção de sociedades democráticas é exatamente essa auto-regulação e o que as escolas fazem são processos de transformação dos indivíduos em cidadãos».

Os diretores das escolas…

Pedro Gil Vala, Agrupamento de Escolas de Porto de Mós

Gostaria de felicitar o Município por manter esta iniciativa bem viva, uma iniciativa que é um momento marcante da vida escolar do concelho, que assinala o início de cada ano letivo e que se encerra nesta missão tão nobre e tão central da nossa comunidade que é a Educação. Como foi bem assinalado pelo presidente do Município, o Agrupamento de Escolas de Porto de Mós tem vindo a crescer, a crescer principalmente em números, a crescer em diversidade com alunos de 21 nacionalidades, e a crescer em complexidade e em problemáticas que exigem respostas e recursos. No ano letivo 2021/2022, estavam matriculados 2 301 alunos. Esse ano terminou com 2 485. No ano passado, também em setembro, estavam matriculados 2 523. Esse ano terminou com 2 703 alunos. Neste ano, em setembro, estamos muito perto destes números e estamos de facto perante um fenómeno com crescimento. Este fenómeno tem origem bem conhecida no elevado número de famílias estrangeiras que escolhem o nosso concelho para se estabelecerem. São boas notícias, mas também é uma grande responsabilidade para todos nós. Este é um dos nossos grandes desafios nos tempos vindouros. Precisamos de espírito de entreajuda, de espírito colaborativo, precisamos de convocar a nossa melhor versão. Às vezes, também precisamos de boa vontade, de “know how”, de capacitação, mas também de recursos.

Tânia Galeão, Instituto Educativo do Juncal

Nesta caminhada que agora iniciamos, quero enfatizar o tema desta sessão pela pertinência e pela importância de sermos cada vez mais uma escola com ambiente inclusivo e positivo, onde cada aluno encontra o seu lugar e pode desenvolver as suas diferentes capacidades. A inclusão é o alicerce da nossa missão educativa, não se trata apenas de garantir que todos têm acesso às oportunidades de aprendizagem, mas sim de criar um espaço onde cada jovem, cada criança, se sente valorizado e aceite tal como ele é. Devemos celebrar, de facto, a diversidade de talentos, de personalidades, de experiências, porque é aqui que está a riqueza da escola e do nosso trabalho. A nossa escola deve ser ainda um farol de positividade. Sabemos que a Educação não se limita apenas a transmitir conhecimentos, mas também a formar o caráter de cada um, os valores que promovemos, a empatia, a importância da empatia que demonstramos e a forma como enfrentamos os desafios influenciam diretamente o desenvolvimento dos nossos alunos. É nosso dever criar um ambiente de respeito, compreensão e apoio. Quando somos positivos e inspiradores, motivamos os nossos alunos, e eles vão motivar outros, e assim motivamos a sociedade.

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