Nuno Nogueira concluiu, no passado sábado, dia 21, a sua participação no Campeonato do Mundo de Andebol em Cadeira de Rodas, na vertente de quatro contra quatro, com a seleção nacional a alcançar o sétimo lugar na competição que decorreu no Egito. O atleta, natural da Marinha da Mendiga, reconhece que a equipa tinha potencial para «ir mais longe», mas considera que a forma como os grupos foram organizados «não foi a mais correta».
O atleta explica que neste mundial de andebol, a organização optou por «fazer algo diferente», em que, após a fase de grupos, «o primeiro classificado de cada grupo jogava com o último e o segundo jogava com o terceiro do grupo contrário, sempre assim». Na opinião de Nuno Nogueira, esta configuração acabou por «afetar negativamente a prestação da seleção portuguesa», que, apesar de ter vencido quatro dos seis jogos disputados, terminou em sétimo lugar, ao contrário da França, a título de exemplo, que «apenas ganhou um jogo» e terminou o torneio em quarto lugar.
Nuno Nogueira descreve esta experiência como «diferente a todos os níveis», não só pela localização, no Cairo (Egipto), que implicou viajar para outro continente, ao contrário da variante de seis para seis, que se realizou «muito perto», em Leiria, mas também porque a variante de quatro contra quatro é mais rápida e tem «algumas diferenças nas regras». Contudo, o atleta considerou que a competição foi igualmente desafiante.
A equipa das quinas estreou-se na variante quatro contra quatro do Mundial de Andebol em Cadeira de Rodas, terminando em sétimo lugar, depois de já ter conquistado os títulos europeus e mundiais em 2022, na vertente seis contra seis. Após as derrotas frente à França por 2-1 (9-8, 3-12, 8-11) e ao Japão pelo mesmo resultado (9-8, 4-11, 0-4), Portugal foi relegado para a disputa do quinto lugar. No entanto, no passado dia 21, no reencontro com a Índia, a equipa portuguesa repetiu o resultado da fase de grupos, vencendo por 2-0.
Em entrevista a’O Portomosense, dias antes de participar no Campeonato do Mundo, o jovem da Marinha da Mendiga tinha afirmado que o objetivo mínimo era «alcançar o pódio e trazer a taça para casa». Apesar deste não se ter concretizado, Nuno Nogueira afirma que não sente «qualquer sentimento de frustração», apesar desta poder ser «a última época» no Andebol em Cadeira de Rodas, uma vez que o basquetebol é o seu «projeto futuro». Assim, terá de «deixar o andebol de lado» e fazer as escolhas de acordo com os seus objetivos, mas, enquanto conseguir conciliar ambas as modalidades, pretende continuar a praticar as duas.
Após esta estreia na vertente 4×4, os próximos passos passam por continuar a competir, concluir o ensino secundário e aventurar-se no basquetebol em cadeira de rodas em Espanha, onde também pretende frequentar o ensino superior. Tudo isto, com a profissionalização no basquetebol em mente.
Foto | SAšA PAHIč SZABÓ