“É Natal, é Natal, tudo bate o pé”, assim cantam as crianças, aludindo ao ritmo a ser marcado pela canção e à impaciência para que apareçam os presentes no “sapatinho, lá na chaminé”. Em Porto de Mós, parece que a canção é outra, mas continua a ser Natal, e, na verdade, “tudo bate o pé”. Apesar desta época ser de paz e de, normalmente, as pessoas terem mais paciência e serem mais compassivas para com os que as rodeiam, a Assembleia Municipal tem uma sessão ordinária em dezembro e não é por ser Natal que os eleitos locais deixam de expor a sua posição e ou ignoram os problemas que existem todo o ano.
Na última Assembleia Municipal, e ultimamente tem sido frequente, se há coisa que não deixa de haver é “bater de pé”, nos vários sentidos da expressão. É cada vez mais flagrante a falta de concórdia entre poder e oposição. Sabendo-se que, em maioria absoluta, há sempre um risco maior disso mesmo acontecer, já que quem está no poder não precisa de negociar, a falta de chegada a um consenso tem levado a que seja difícil chegar ao final de uma sessão pública com todas as cadeiras preenchidas e sem a sensação premente de tensão.
Mas o “bater de pé” vai além de confrontos políticos… As luzes de Natal (ou a falta delas) também têm gastado muitas solas por aqui. Depois do anúncio feito pelo presidente da Câmara de que, este ano, Porto de Mós não teria as costumeiras luzes, os “zunzuns” começaram a aparecer, primeiro sorrateiros e, mais recentemente, “à boca cheia”, sobretudo nas redes sociais. O descontentamento mais “inflamado” vem dos comerciantes, que se dizem mesmo prejudicados pela opção tomada pelo Município.
Reiterando que não se espera que o Natal branqueie todos os problemas, o desejo desta redação é que, nos dias 24 e 25, em todas as casas, o pé só seja batido ao som de uma ou outra música e que, com o começo do novo ano, saibamos calçar os sapatos dos outros e remendar as nossas solas.