São Mais que Trapos, elas garantem. Esse é o nome do projeto que há cinco anos nasceu pela mão das irmãs Ribeiro que, garantem, não gostam «de estar paradas». Delas podem esperar criatividade e uma diversidade de produtos: carteiras, malas, produtos para bebés (como por exemplo babetes e porta-chuchas), camisolas, laços, bolsas para telemóveis, entre outras coisas e tudo isto com tecidos mais ou menos coloridos, para todos os gostos. Quem costura é Tânia Ribeiro, de 31 anos, que iniciou este projeto numa fase mais complicada: «Estava desempregada e a minha mãe tinha ali uma máquina de costura antiga e eu lá comecei a inventar e a tentar fazer alguma coisa», conta. Mas não foi do nada porque tanto Tânia Ribeiro como a irmã, Rita Ribeiro, sempre gostaram «muito de fazer trabalhos manuais» e sempre tiveram «algum jeito» para fazer este tipo de produtos. De uma divisão «típica em qualquer casa, pois tudo o que não se sabe onde colocar, arruma-se lá» fizeram o seu ateliê, dos Casais de Baixo para qualquer parte.
Rita Ribeiro foi sempre um incentivo para a irmã e apesar de não costurar, é parte integrante do projeto: «Eu não costuro, mas sempre a motivei e gosto muito de cortar os tecidos para ela, ajudo nessa parte». Além disso, a irmã mais nova, de 27 anos, faz também alguns trabalhos manuais extra-tecido, como «a decoração de caixas de madeira». Tem sido também, se assim quisermos apelidar, a estratega comercial da Mais que Trapos. Foi ela que convenceu a irmã a marcar presença, com uma banca, nas Festas de São Pedro em Porto de Mós, «a grande estreia» em feiras e eventos. Tânia Pereira diz que a experiência «correu tão bem» que voltaram sempre nos anos seguintes e já marcaram presença noutras feiras da zona e só não estão presentes em mais porque atualmente ambas têm emprego. Aquilo que Tânia Ribeiro encarava «como uma brincadeira», hoje é auto-sustentável e apesar de já terem pensado em fazer disto a sua principal atividade, têm algum medo do risco: «Pensámos em ter pequena lojinha, nem que tivéssemos outras coisas, não apenas coisas feitas manualmente, porque exigem muito trabalho e para se ter uma grande quantidade é difícil».
No mês de abril viram o seu projeto numa montra que nunca imaginaram: a televisão. Desde então notaram uma diferença considerável no número de encomendas. «Nunca imaginámos que cinco minutos na televisão fizessem tanta diferença», confidencia Tânia Ribeiro. A irmã, Rita Ribeiro, enviou um vídeo, que tinha sido partilhado na página do Mais que Trapos, para o programa Você na TV da TVI, participando assim numa rubrica, mas o que as irmãs não esperavam era que iam ser contactadas pela produção para entrarem em direto e contarem a história do projeto. A experiência valeu-lhes uns quantos novos seguidores.