Na última reunião de Câmara que se realizou em Mira de Aire, no período dedicado ao público, entre as pessoas que intervieram, esteve Artur Vieira que lançou questões ao executivo sobre a freguesia. «Queria dar-vos os parabéns pela inauguração do Mercado [de Mira de Aire], mas gostava de saber porque é que passados dois meses e tal, os lojistas ainda não estão lá?», começou por perguntar. Procurou ainda saber em que ponto está a possibilidade de Mira de Aire vir a ter «uma superfície comercial», a recuperação do Campo da Fiandeira «que fazia parte da campanha eleitoral» e a conclusão do saneamento. «São obras estruturais, vão começar no final do mandato?», interrogou.
Também parte das «promessas eleitorais do PSD», frisou, é a Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Mira de Aire: «Da maneira que está, devia ser Área de Demolição porque não se vê nada, vê-se ervas a crescer, perigo constante, vamos ver se não haverá outras coisas mais dramáticas», afirma. Por fim, o mirense perguntou se a Câmara tem previsto algum projeto para a área desportiva. «Aquando do primeiro mandato do atual presidente de Junta, foi aprovado numa Assembleia um projeto de Parque de Merendas para esta zona, que o presidente de Junta diz que não foi feito porque a Câmara quer intervir aí, que intervenção será essa?», perguntou.
Jorge Vala garante que “grandes obras” vão acontecer
O presidente da Câmara, Jorge Vala, começou por responder à questão dos lojistas. «Havia alguns problemas da parte do empreiteiro que foram corrigidos para podermos entregar o processo de certificação energética que foi entregue à Direção-Geral de Energia e Geologia há cerca de um mês», adiantou. Segundo o interlocutor da E-REDES com o qual o autarca falou, esta certificação será «recebida dentro de poucos dias» para poder avançar. Quanto à superfície comercial, para a qual o Município tem um projeto no antigo espaço da fábrica Portlã, já existem, de momento, duas entidades distribuidoras interessadas em investir. «Vamos ter, de uma das entidades, resposta em abril», revelou.
Quanto à ARU, Jorge Vala frisou que algumas «das obrigações» já «foram concretizadas, como é o caso da reabilitação do Mercado e dois parques de estacionamento e que está a avançar o projeto para requalificar o largo da Igreja». Relativamente ao saneamento, «uma obra avaliada em seis milhões de euros», o Município não consegue «fazer sem fundos comunitários». Por «não ter sido feita uma candidatura a fundos comunitários pelo anterior executivo para esta parte maior do saneamento», agora a autarquia tem de esperar por uma candidatura em termos de Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. «A partir de 2015, o quadro comunitário deixou de financiar municípios isolados, só em agregação e neste momento, sabemos que o ciclo da água vai ser regionalizado, vai para as CCDR, permitindo aí uma janela de oportunidade para nos podermos financiar», adianta.
No que diz respeito ao Campo da Fiandeira, a Câmara ainda não «obteve a anuência do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social para que seja cedido conforme articulado com a Autoridade Tributária». «O nosso objetivo é exercer o direito que temos em ficar com este património em regime de comodato, por 50 anos, é isso que prevê a lei de descentralização no âmbito do património do Estado», refere. Quanto ao espaço desportivo, existe já um «parque de caravanas» na envolvência e a perspetiva do Município «é embelezar» o espaço «para que possa servir para outros que não apenas as caravanas e eventualmente ter uma porta de entrada do parque desportivo». «As grandes obras em Mira de Aire vão acontecer com certeza, estamos no primeiro ano de mandato, tivemos um ano muito difícil, em que uma parte significativa das nossas receitas correntes tiveram que ser suprimidas e transferidas, sobretudo para pagar aumentos significativos de ordenados, eletricidade e combustíveis», concluiu Jorge Vala.
Com Jéssica Silva
Foto | Catarina Correia Martins