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Obras na Extensão de Saúde de Pedreiras criam mal-estar entre entidades

18 Fevereiro 2020
Isidro Bento

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Isidro Bento

18 Fev, 2020

Foto: Isidro Bento

«Não quero acreditar que andamos a brincar com isto mas às vezes parece». A frase é do presidente da Câmara, Jorge Vala, e ilustrativa do mal-estar atualmente existente entre o Município e a Administração Regional de Saúde Centro (ARSC) a propósito das obras a levar a cabo no pólo das Pedreiras, da Unidade de Saúde Familiar Novos Horizontes (USF).

De acordo com o autarca, «o anterior executivo, e bem, assumiu o compromisso de requalificar e adaptar às necessidades da USF os edifícios que a integram e assim o fez no Juncal, concedendo, ainda, apoio à Junta da Calvaria para obras no pólo local». A nova equipa autárquica continuou a apoiar a Junta e as obras já estão concluídas e queria agora intervir nas Pedreiras, mas Município e ARSC não se entendem quanto ao projeto e sem o parecer favorável desta entidade, a autarquia não pode alocar às obras, fundos comunitários que terá disponíveis.

«Os técnicos da ARSC vieram ao local e, aparentemente, agora as sugestões de alteração ao projeto estão para validação pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES). Ou seja, o ACES validou um projeto que agora a ARSC parece não ter aceitado remetendo-o [de novo] ao ACES para este validar!…», diz, com desalento, Jorge Vala.

O autarca confessa a estranheza por «a ARSC quase se dispensar de ter o Município como parceiro a melhorar as condições de um edifício que é do próprio Município, onde vai gastar a totalidade do dinheiro necessário para a intervenção melhorando as condições de utilização por parte dos utentes e, sobretudo, dos médicos e restantes profissionais de saúde». «Não consigo perceber, a não ser que seja uma birra mas acho que não podemos andar aqui alimentados por situações deste género, devemos ser racionais e tentar perceber quais as necessidades para cada momento», reforça.

Vala explica que quer fazer «uma requalificação condigna» e isso passa, entre outros, por instalar um elevador. «Não faz sentido o Município estar a fazer intervenções onde não prioriza a acessibilidade. Por isso, gastamos mais, mas fazemos questão de instalar um elevador porque aquelas plataformas para cadeiras de rodas não são funcionais e uma pessoa que não use cadeira tem de ir pelas escadas ou sentar-se nessa plataforma.Numa obra de 70 a 80 mil euros, não podemos antes gastar 100 mil para o fazer? Eu acho que podemos e disso não abdico», diz, perentório.

Os técnicos da ARSC, na visita ao pólo, terão sugerido que os utentes «podiam vir por fora», algo que tem a total discordância do Município: «Então uma pessoa com mobilidade reduzida tem que vir à chuva e os outros lá dentro descem pelas escadas?», questiona Jorge Vala. «A intervenção será feita à medida do que a ARSC quiser mas é uma pena o Município perder fundos comunitários seus quando foram direcionados para a Saúde», frisa.

«Se vir que isto não anda vou pedir à CCDRC para me desviar aquele dinheiro para a Cultura ou para a Educação. Podia direcioná-lo para a Saúde na mesma, por exemplo, para o Centro de Saúde de Mira de Aire onde vão ser gastos cerca de 60 mil euros, mas a forma como a ARSC tratou este assunto não merece que façamos mais do que aquilo que estamos a fazer», conclui.

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