Oficinas de Escrita chegam a Porto de Mós e já querem voltar

1 Fevereiro 2024

Bruno Fidalgo Sousa

A escrita, e os exercícios que a motivam, fazem as pessoas «pensar, repensar, e ver tudo em perspectiva», daí que seja celebrada, debatida, reinventada. Carla Veríssimo é autora, poeta, performer, com várias oficinas de escrita dadas – onde, através de desafios diversos, convida novos e velhos escritores (ou simplesmente para quem «tem gosto por escrever e pode praticar mais, mas também para quem quer experimentar pela primeira vez, ou ainda não tinha tido coragem de partilhar o que escreve») a trabalharem criativamente os seus textos – e a última teve lugar precisamente na vila de Porto de Mós, no Fórum Cultural, no passado sábado dia de janeiro.

A adesão foi ligeira mas a participação intensa, num encontro que juntou entusiastas do concelho, do distrito e de distritos vizinhos. Todos saíram de Porto de Mós com uma bagagem de exercícios de escrita criativa e com novos textos para partilharem, se assim o entenderem, já que, como frisa Carla Veríssimo, «a partilha com o resto do grupo, é sempre um lugar seguro, de escuta e de confiança».

Autora de quatro livros e, desde 2017, organizadora do Poetry Slam Leiria, Carla Veríssimo não limita as suas oficinas ao texto escrito: «Também faço muito trabalho com o corpo, porque ao fim ao cabo a escrita nasce na mão, mas também no olhar, na audição, na visão, no tato, nesses pequenos detalhes que podemos observar e como é que os podemos transpor para a escrita, como é que podemos olhar para o que nos rodeia de uma outra perspetiva, e como é que essa perspetiva pode nascer escrita».

Pela tarde, o grupo calcou, de caderno e caneta na mão, as ruas de Porto de Mós, «para escrever o que os lugares, o que as pessoas, o que os detalhes irão transmitir» aos participantes. Afinal, é isso que a move, diz: «Sentir que poderei estar a contribuir para transformar alguém, que deixei uma semente, que faço a pessoa pensar, repensar, e ver tudo em perspetiva. E é isso que gosto de trabalhar nestas oficinas, assim como os sentidos, o movimento, a oralidade, o foco e a atenção plena. Venho sempre de coração cheio e muito grata a quem participa», confessa.

O balanço foi «bastante positivo. As pessoas disseram que gostaram muito de participar, que foi um bom estímulo para a criatividade e para a produção efetiva de escrita», revela Carla Veríssimo. «E eu fico feliz por saber que se sentem encorajadas a escrever mais, que vão para casa com a cabeça a fervilhar de pensamentos, ideias e palavras; e que se sentem plenas e felizes.

Cada Oficina é única, porque é feita de pessoas únicas», remata, afiançando que já planeia «dinamizar outra oficina em Porto de Mós, no início de março, em que o Fórum Cultural será o ponto de partida e de chegada». Não só para «levar os participantes a deambular por vários locais, numa experiência imersiva de escrita, natureza e conexão», mas também com a ideia de, no futuro, poder ter «um curso mais intensivo, em que se poderá partilhar conhecimento sobre livros, autores, técnicas, e explorar mais do que aquilo que numa oficina de seis horas é possível».

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