Uma situação que já não é de agora mas que parece tardar em acabar. Falamos do vandalismo que tem assolado as freguesias do concelho de Porto de Mós, umas mais do que outras. Nos últimos dias, foram as autarquias de Juncal e Alvados e Alcaria que recorreram às redes sociais para denunciar novos episódios.
De acordo com uma nota publicada a 27 de março no mural de Facebook da página Freguesia de Juncal, o executivo dá conta da continuidade “da saga diária de vandalismo no Parque Verde”. Nas imagens que acompanham a publicação, é possível ver-se latas de refrigerante e cerveja espalhadas, beatas de cigarro nos urinóis e lavatórios, portas arrombadas e um apoio sanitário para pessoas de mobilidade reduzida destruído, tudo isto nas instalações sanitárias e na arrumação contígua, em pleno parque. E além destes danos, são ainda visíveis, em pleno parque infantil, várias citações “graffitadas”
Abordado sobre o caso pel’O Portomosense, o presidente da Junta de Freguesia do Juncal, Artur Louceiro, sublinhou a frequência destes acontecimentos, explicando que já foram dinamizadas, anteriormente, duas
ações de limpeza, estas por iniciativa do Instituto Educativo do Juncal: «Houve uma altura em que os miúdos fizeram lá umas pinturas e escritas obscenas. O IEJ promoveu duas ações de limpeza e levou lá alunos a limpar, para aí em setembro do ano passado. Na altura, conseguiu-se perceber que eram alunos do IEJ porque havia lá alguns nomes e faziam referências a algumas turmas. Agora, não há câmaras. Mesmo que a gente diga que sim, é sempre difícil provar [quem é o responsável pelos atos de vandalismo]», refere.
Questionado sobre medidas a implementar para acabar com este flagelo, Artur Louceiro explica que as mesmas «ainda estão a ser equacionadas». Contudo, a opção de colocar câmaras de vigilância é inviável de momento: «Não temos lá internet, [os equipamentos] têm de trabalhar sempre com essa rede ou com cartões de memória, mas é sempre preciso wi-fi e neste momento lá não há», refere. Mas apesar destas limitações, o autarca recusa baixar os braços e insiste que está já em contacto com empresas de segurança e irá avaliar opções como a colocação de um reforço nas portas ou, por exemplo, a instalação de um
sistema «que seja útil e viável».
E tal como o Juncal, também a União de Freguesias de Alvados e Alcaria padece da mesma maleita. A 2 de abril, escrevia também esta autarquia no Facebook uma nota a condenar “mais um ato de vandalismo […], um capeamento de um muro roubado em Alcaria. Seis dias depois, dois novos “posts”. O primeiro a dar conta da destruição de uma churrasqueira no Parque de Merendas da Lagoa de Alvados, e o segundo a comunicar, e ao mesmo tempo a lamentar, o encerramento temporário dos balneários do Parque Chouso Verdeal – também eles alvo de vandalismo. A presidente de junta, Sandra Martins, declarou ao nosso jornal que nos balneários as torneiras das casas de banho dos homens foram destruídas, tendo a autarquia decidido manter o encerramento das instalações, a não ser que haja «eventos ou necessidade». Desta forma, para a utilização do espaço deve ser «solicitada a chave na Junta de Freguesia».
No Parque de Merendas da Lagoa de Alvados, as casa de banho, que têm sido mantido abertas, foram também alvo de vandalismo e a autarca afirma estar ainda a ser equacionada a abertura constante do espaço. «Tem havido alguns danos, partiram os espelhos, roubaram o que nós tínhamos, não podemos pôr lá papel, porque roubam imediatamente », refere a responsável. O mesmo aconteceu no exterior. «Nós tínhamos construído um churrasco e já tinham roubado as grelhas, tivemos de colocar umas correntes para prender e agora partiram mesmo o tijolo em que foi construída a churrasqueira», acrescenta.
Em Alcaria, «no muro junto ao cemitério retiraram as pedras» da parte superior, «o capeamento do muro». Para Sandra Martins, este cenário é entristecedor.
A GNR já foi alertada, segundo a autarca, para assegurar uma maior vigilância na zona.
Fotos | DR
