A peça Operação Fim Regime, interpretada pelo Teatro Olaré – Grupo de Teatro de Serro Ventoso, encenada por Frédéric Da Cruz Pires e com o apoio do Leirena Teatro – Companhia de Teatro de Leiria, foi apresentada no passado dia 13 de abril, pelas 21h30. A exibição contou com a presença de um vasto público que deu vida à Praça da República enquanto viu a Revolução a acontecer.
A encenação fez parte da 8.ª edição do Festival Teatro de Rua 2023 mas, como recordou o diretor do Leirena, devido ao falecimento de Albina Cordeiro, responsável pelo Mendigal, acabou na altura adiada.
O Festival Teatro de Rua 2023 teve como mote os 50 anos do 25 de Abril e, portanto, cada grupo de teatro desenvolveu um ato que se ligou cronologicamente ao anterior e chegou por fim à ação, conhecida como a Revolução dos Cravos.
No espetáculo Operação Fim Regime os acontecimentos representaram tudo o que se sucedeu ao longo do dia 25 de Abril de 1974, desde as 3h30 da manhã com o Movimento das Forças Armadas (MFA) a iniciar a operação com a colaboração de Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho e José da Costa Martins «para levarem avante a revolução», até por volta das 19h00, «quando Marcelo Caetano é detido e levado num veículo militar pesado», explica o encenador.
Desde a primeira senha até à rendição, e na medida certa, a produção contou com apontamentos que tiraram aos espetadores sorrisos e por vezes gargalhadas que aliviaram os momentos de maior tensão.
O espetáculo contou com uma máquina cénica que se movia sobre rodas, onde toda a ação liderada pelo MFA aconteceu, «desde o aeroporto às rádios, ao Terreiro do Paço e ao Quartel do Carmo», e durante toda a mostra foi manipulada pelos atores e atrizes. Para o diretor, o público não esperava que a peça se desenrolasse desta forma e seguiu assim «bastante agradado».
Com o término da peça, os atores do Grupo de Teatro de Serro Ventoso cantaram Grândola, Vila Morena, num momento ao qual se juntou o público para fazer ecoar na praça o som da Liberdade.
No futuro, Frédéric Da Cruz Pires admite que gostava de poder ver o espetáculo realizado novamente de forma a que mais pessoas «pudessem ter acesso a ele».
Fotos | Marta Silva