O Orçamento para o ano de 2021, no valor de 22 721 639 euros, foi aprovado na última Assembleia Municipal com 18 votos a favor, nove contra e três abstenções. Entre os votos contra estão os dos deputados do PS, que fizeram chegar à nossa redação a declaração de voto. De acordo com o documento, a proposta ora aprovada «pode ser resumida a uma tentativa do reiterar das promessas políticas não cumpridas durante o mandato que se encontra a terminar», e considera que «não traz novas medidas essenciais de apoio às empresas e famílias no período crítico que atravessamos».
Para o PS faltam apoios «às pequenas e médias empresas, comércio local e restauração, bem como a falta de uma estratégia delineada para fazer face aos momentos de incerteza que se avizinham». Os socialistas destacam ainda a «falta de implementação de medidas concretas de incentivo à criação de emprego e incapacidade de captação de novas empresas»; a «falta de incentivos ao arrendamento e fixação de jovens e famílias no concelho»; a «ausência de uma estratégia de apoio às famílias», nomeadamente àquelas em que alguns elementos ficaram desempregados ou entraram em lay-off; a «falta de medidas de apoio estruturais às coletividades, associações e IPSS»; assim como a «quebra de inúmeras promessas eleitorais estruturais prometidas e que já não serão concretizadas, como o abastecimento de água a todo o concelho durante o ano 2021», como «nas infraestruturas básicas da saúde, da educação, saneamento básico, rede viária, entre outras, e em detrimento disso a insistência em gastos de centenas de milhares de euros supostamente no turismo, e publicidade sem que seja visível qualquer resultado significativo». O PS reforça ainda que até aqui tem aprovado todas as medidas relativas à pandemia e que tem inclusive feito várias propostas que «lamentavelmente foram sempre rejeitadas pelo atual executivo». Já na reunião de Câmara em que o Orçamento havia sido discutido, os vereadores do PS, Rui Marto e Anabela Martins, tinham votado contra, assim como a vereadora Sofia Caetano, do AJSIM.
Assembleia interrompida devido a limitações da COVID-19
Na passada sexta-feira, dia 4 de dezembro, o cineteatro de Porto de Mós recebeu aquela que seria a última Assembleia Municipal do ano, contudo a quantidade de pontos na ordem de trabalhos, a proibição de circulação entre concelhos a partir das 23 horas e o facto de ser «uma das [Assembleias] mais importantes», acabou por impedir a sua conclusão nesse dia. Apesar de a sessão ter começado «mais cedo» do que é costume, a verdade é que acabaria por ter que terminar às 22h45, quando o comum é encerrar «por volta da uma hora da madrugada». Com uma ordem de trabalhos composta por 15 pontos, a discussão foi apenas «até ao número 4». «Não tínhamos mesmo tempo para que ela se concluísse», justificou a O Portomosense a presidente da Assembleia Municipal de Porto de Mós, Clarisse Louro. A segunda parte desta sessão da Assembleia Municipal acabaria por ter lugar na passada quarta-feira, dia 9, pelas 20 horas, já depois do fecho desta edição.