As infraestruturas do Centro de Recolha Oficial de Animais, sediadas na Zona Industrial de Porto de Mós, já estão prontas há algum tempo, mas só agora vão servir o efeito para que foram criadas, anunciou o presidente da Câmara, Jorge Vala, na última Assembleia Municipal. O Município estava à espera de uma vistoria para obter a homologação por parte da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, objetivo agora alcançado. Com este processo concluído, faltam «os recursos humanos», explicou o autarca: «Nós temos uma enfermeira veterinária estagiária, temos o veterinário municipal mas que ainda não está num processo de identificação das freguesias porque está, até ao final do mês [setembro], a fazer a vacinação anti-rábica nas freguesias». Assim que tiver os recursos humanos disponíveis, o que na perspetiva de Jorge Vala coincide com este início de mês, vão começar a ser feitos os «levantamentos dos cães vadios para tentar recuperá-los», garante.
É objetivo do Município conseguir uma «ligação à comunidade», de forma a tentar encontrar «famílias de adoção». A ideia é o Centro de Recolha receber os animais, «vaciná-los, tratá-los e serem “chipados” para estarem prontos para a adoção». O presidente anunciou também que o Município fez uma candidatura a um apoio lançado pelo Governo, para todos os municípios que tenham canis ou centros de recolha, para «a esterilização dos cães», apoio que pode «ir até aos 15 mil euros». Estão a ser desenvolvidas também «um conjunto de parcerias», frisou Jorge Vala. Este mês começará também a divulgação do espaço e das suas valências, divulgação que não começou mais cedo porque depois «não existiam os recursos humanos para fazer os tratamentos adequados», concluiu o autarca.
Estas explicações foram dadas no seguimento da pergunta lançada pelo presidente da Junta de Freguesia do Alqueidão da Serra, Filipe Batista, que frisou que a sua freguesia é uma das que vive com este problema. «Eu tenho imensos cães abandonados no Alqueidão da Serra, efetivamente dá mau aspeto, acabo por ter os espaços verdes inundados de porcaria», explicou o presidente, perguntando depois para quando se previa avançar com o projeto. Também já o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) tinha remetido, a 16 de setembro, à Câmara Municipal de Porto de Mós algumas perguntas acerca do centro. No documento a que O Portomosense teve acesso, e que é dirigido ao vice-presidente da Câmara, Eduardo Amaral, o partido questionava os motivos do atraso e para quando a conclusão da obra. Além disso, fez perguntas mais específicas acerca do funcionamento da estrutura: «Qual a capacidade?», «quais as suas valências?», se «está previsto espaço para recreio dos animais, uma zona livre fora das boxes?», e se «está previsto as associações de proteção animal participarem no cuidado dos animais e na promoção da adoção?».