Outubro vai ser o mês de arranque do Centro de Recolha Oficial de Animais

9 Outubro 2020

Jéssica Moás de Sá

As infraestruturas do Centro de Recolha Oficial de Animais, sediadas na Zona Industrial de Porto de Mós, já estão prontas há algum tempo, mas só agora vão servir o efeito para que foram criadas, anunciou o presidente da Câmara, Jorge Vala, na última Assembleia Municipal. O Município estava à espera de uma vistoria para obter a homologação por parte da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, objetivo agora alcançado. Com este processo concluído, faltam «os recursos humanos», explicou o autarca: «Nós temos uma enfermeira veterinária estagiária, temos o veterinário municipal mas que ainda não está num processo de identificação das freguesias porque está, até ao final do mês [setembro], a fazer a vacinação anti-rábica nas freguesias». Assim que tiver os recursos humanos disponíveis, o que na perspetiva de Jorge Vala coincide com este início de mês, vão começar a ser feitos os «levantamentos dos cães vadios para tentar recuperá-los», garante.

É objetivo do Município conseguir uma «ligação à comunidade», de forma a tentar encontrar «famílias de adoção». A ideia é o Centro de Recolha receber os animais, «vaciná-los, tratá-los e serem “chipados” para estarem prontos para a adoção». O presidente anunciou também que o Município fez uma candidatura a um apoio lançado pelo Governo, para todos os municípios que tenham canis ou centros de recolha, para «a esterilização dos cães», apoio que pode «ir até aos 15 mil euros». Estão a ser desenvolvidas também «um conjunto de parcerias», frisou Jorge Vala. Este mês começará também a divulgação do espaço e das suas valências, divulgação que não começou mais cedo porque depois «não existiam os recursos humanos para fazer os tratamentos adequados», concluiu o autarca.

Estas explicações foram dadas no seguimento da pergunta lançada pelo presidente da Junta de Freguesia do Alqueidão da Serra, Filipe Batista, que frisou que a sua freguesia é uma das que vive com este problema. «Eu tenho imensos cães abandonados no Alqueidão da Serra, efetivamente dá mau aspeto, acabo por ter os espaços verdes inundados de porcaria», explicou o presidente, perguntando depois para quando se previa avançar com o projeto. Também já o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) tinha remetido, a 16 de setembro, à Câmara Municipal de Porto de Mós algumas perguntas acerca do centro. No documento a que O Portomosense teve acesso, e que é dirigido ao vice-presidente da Câmara, Eduardo Amaral, o partido questionava os motivos do atraso e para quando a conclusão da obra. Além disso, fez perguntas mais específicas acerca do funcionamento da estrutura: «Qual a capacidade?», «quais as suas valências?», se «está previsto espaço para recreio dos animais, uma zona livre fora das boxes?», e se «está previsto as associações de proteção animal participarem no cuidado dos animais e na promoção da adoção?».

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