A Junta de Freguesia de Aljubarrota ambiciona ter o primeiro parque do concelho de Alcobaça dedicado exclusivamente ao caravanismo e já tem, inclusive, o local escolhido, a antiga escola primária dos Covões.
Os primeiros passos estão dados: o edifício foi já cedido à Junta, no passado mês de novembro, por via de um protocolo, depois de ter recebido luz verde do executivo camarário, com o documento a ser agora aprovado pela Assembleia Municipal. O presidente da Junta de Freguesia, José Lourenço, em declarações a O Portomosense, disse que o processo está mesmo «numa primeira fase» mas acredita que o parque será construído no futuro, porém, não durante este mandato», dado que «toda a envolvente técnica e aprovação de projetos são procedimentos muito demorados». A próxima etapa será «pedir uma reunião com o presidente da Associação Caravanismo de Portugal», refere José Lourenço, acrescentando a intenção de «convidar o presidente para se deslocar ao local, analisar se o processo é indicado, e posteriormente adaptar o projeto à escola».
O autarca esclareceu que, a ser construído, o parque ficará «a 100 metros do IC2, na estrada municipal em direção a Alcobaça, junto à área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, onde passam mais pessoas», fazendo ainda referência ao estacionamento de «várias autocaravanas na freguesia» que costuma presenciar. Esta foi uma “alavanca” para o surgimento da ideia da construção de um parque para caravanismo, segundo o autarca, que julga ser possível o espaço ter capacidade «para receber 20 autocaravanas».
«É uma experiência que vamos fazer. Com a nova lei do caravanismo em vigor, penso que agora mais do que nunca será necessária a existência deste parque», frisa José Lourenço. Foi no passado dia 9 de janeiro que entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 102-B/2020, que proíbe a pernoita e aparcamento de autocaravanas em todos os locais que não sejam expressamente designados para o efeito. Os utilizadores são assim encaminhados para as Áreas de Serviço para Autocaravanas (conhecidas pelo acrónimo ASAS), parques exclusivos para autocaravanas e parques de campismo, deixando-os excluídos de muitos espaços públicos. As coimas variam entre os 60 e os 300 euros. Se a pernoita ou aparcamento ocorrer em áreas da Rede Natura 2000 ou áreas protegidas, as multas passam a ser de 120 a 600 euros, segundo a mais recente legislação, e é esta nova realidade que leva o autarca a considerar que a criação do parque de caravanismo faz todo o sentido.
Este é um «projeto a médio prazo», conclui o presidente José Lourenço, acreditando ser «uma realidade no próximo mandato, com quem estiver à frente da Junta».