No dia 1 de abril a União Recreativa Mirense comemorou 81 anos. Devido à pandemia, as comemorações não foram possíveis. No entanto, nesta edição trazemos-lhe uma entrevista com o presidente, António Lima.
Qual considera ser a importância do clube para Mira de Aire?
É um clube com muitos anos de vida e de história, e que tenta captar o máximo de miúdos de Mira de Aire para a prática do desporto. Acho que é fundamental as camadas jovens praticarem desporto, até para fugir de vícios que cada vez mais contaminam a sociedade.
É uma associação muito vocacionada para o desporto, quais as atividades que tem?
Além do futebol e do voleibol, já tivemos atletismo, ping-pong, andebol… Vamos, entretanto, abrir a nossa sede e aí vamos fazer também atividades lúdicas, umas festas… Antigamente todos os fins de semana havia bailes, no tempo das grandes fábricas e quando Mira de Aire era uma vila muito pujante.
A nova sede era um projeto muito ansiado. Como se sente por ter conseguido concretizá-lo no seu mandato?
Era e ainda é, porque foi construída e inaugurada mas não está aberta aos sócios, porque estamos à espera das licenças da Câmara, não vamos abrir enquanto não estiver tudo em condições. Foi, na minha opinião, uma das nossas grandes obras. É uma sede bastante acolhedora e confortável. Depois de aberta, teremos condições para fazer atividades não só desportivas, mas também lúdicas, e vamos querer fazê-lo, até porque precisamos de realizar dinheiro.
Enquanto presidente da associação, como vê a fase que estamos a passar?
Estamos com muita expectativa e muita preocupação porque o futuro a curto prazo não se prevê risonho. As despesas são muitas e as receitas não existem. Os sócios, devido à conjuntura, não estão a pagar quotas. As empresas não nos estão a dar patrocínios, é normal, têm que olhar primeiro para elas. A nível camarário, têm feito o que podem, estamos à espera dos subsídios que normalmente vêm nesta época, talvez venham um bocadinho mais tarde. O grande evento do clube, em termos financeiros, é as Festas de São Pedro, as tasquinhas, onde conseguimos, a correr bem, ir buscar 60 a 65% do orçamento anual. Havendo a possibilidade de não se realizarem vão hipotecar, muito provavelmente, a participação do Mirense nas competições. Esperamos não parar ao nível das camadas jovens, vamos fazer tudo por isso.
O novo treinador é muito recente, esteve apenas três semanas com a equipa antes desta situação. Porquê a mudança e porquê este técnico?
A mudança de treinador foi mais para dar um abanão na estrutura, na equipa. É claro que é mais fácil mudar um treinador do que uma equipa toda, apesar de também termos ido buscar alguns atletas. Não foi por ineficácia nem por falta de qualidade do anterior, a quem eu desejo muitas felicidades e tenho a certeza que vai ser um belíssimo treinador a nível distrital e, quem sabe, nacional. Mas na altura achámos que seria melhor mexer um bocadinho com a estrutura, e apostámos num rapaz novo, mas já com bastante traquejo, com bastante qualidade, que aposta muito em miúdos da formação, que é o nosso lema também. Íamos agora para um campeonato mais compatível com o nosso valor, do meio da tabela para baixo, mas infelizmente esta pandemia não nos deixou.
Sendo o presidente, gostava de deixar uma mensagem de alento e, simultaneamente, de comemoração pelo aniversário a todos os sócios?
Foi um aniversário muito triste, não nos foi possível fazer uma série de iniciativas que tínhamos programadas. Mais importante que tudo isso é o Mirense continuar e cada vez mais forte, ressurgir com mais força. Desejo para todos os atletas, técnicos, sócios, toda a gente ligada ao Mirense, que isto passe depressa, que corra tudo bem, aos portomosenses em geral também e que para o ano possamos festejar a dobrar. Saúde para todos e que isto corra bem.