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Partilha entre gerações para levar para as salas de aula

23 Fevereiro 2022
Catarina Correia Martins

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Catarina Correia Martins

23 Fev, 2022

A Biblioteca Municipal de Porto de Mós acolheu o primeiro de cinco webinares do ciclo Despir os Preconceitos, Vestir a Inclusão, organizado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL). O seminário, moderado por Joana Ervilha da Liga Social e Cultural Campos o Lis, foi subordinado ao tema Intergeracionalidade e teve início com a intervenção do presidente da Câmara de Porto de Mós e também vice-presidente da CIMRL, Jorge Vala. O autarca explicou que estes webinares se inserem no Programa Inovador Contra o Insucesso Escolar (PICIE), «numa região onde o insucesso escolar não é um problema», porém, e mesmo estando o nome desadequado, a intenção é promover ainda mais o bom desempenho dos alunos. Jorge Vala acrescentou que «estes cinco webinares são a resposta a uma área importante, onde habitualmente a escola não intervém no seu dia-a-dia».

Para falar sobre o tema escolhido foi convidada Stella Bettencourt da Câmara, doutorada em Gerontologia e professora auxiliar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. A docente começou por enquadrar a importância do tema na «estrutura populacional envelhecida» em que vivemos, ressalvando que devemos olhar para este facto com «regozijo porque, cada vez mais, há gerações em convivência». Assim, considera que, «nas escolas, quanto mais cedo se conseguir desmistificar o que é o processo de envelhecimento», mais cedo se chegará a uma maior partilha entre gerações. Esta é uma realidade não só na comunidade, mas também nas famílias em que «cada vez há mais gerações em convivência – com menos membros por geração – e, por isso, o respeito [por este processo de envelhecer] começa em casa. No entanto, se em casa nem sempre há avós, há a família social, onde se incluem os professores, que muitas vezes são da idade dos avós dos seus alunos», referiu.

Stella Bettencourt da Câmara afirmou que «as boas práticas já são feitas, em sala de aula, entre os professores e os alunos» e que «devia ser feito um levantamento» das mesmas para se poder analisar e perceber os propósitos e resultados. Em termos de conceito, definiu prática intergeracional como algo que «procura juntar pessoas, com um propósito, através de atividades que as beneficiam mutuamente e que promovem um melhor entendimento e respeito entre gerações»; salientando que não basta juntar duas gerações diferentes na mesma sala para que se esteja a trabalhar a intergeracionalidade.

Já depois das câmaras desligadas e num momento em que se mostrou disponível para as perguntas dos (poucos) presentes fisicamente, sobretudo pessoas ligadas ao PICIE, Stella Bettencourt da Câmara deixou um desafio à CIMRL de participar num estudo por si elaborado, e que analisará também crianças do Brasil e de Espanha. O estudo tem o objetivo de perceber «como é que as crianças olham para isto do idadismo» e qual o nível de «preconceito» em relação aos mais velhos. Responsáveis pelo PICIE mostraram-se abertos ao diálogo para esta eventual colaboração.

Foto | Catarina Correia Martins

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