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“Pelos Limites do Concelho” testou 270 atletas em 120 “exigentes” quilómetros

10 Janeiro 2024
Bruno Fidalgo Sousa

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Bruno Fidalgo Sousa

10 Jan, 2024

Em 2022, na estreia do desafio, tinham seis participantes. Para esta segunda edição, os árduos 120 quilómetros que delineiam as fronteiras do concelho de Porto de Mós viram passar cerca de 270 atletas, um aumento significativo de participação e que Marco Franco, um dos três elementos da equipa amadora de trail NinhoTeam, justifica com o alargamento do desafio ao ciclismo, ao BTT e ao Gravel, além de uma maior divulgação. «Mas muita gente já conhece isto porque pode-se fazer esta volta durante o ano», explica ainda. O percurso Pelos Limites do Concelho está disponível para todos os que quiserem auto-desafiar-se, sendo que não há qualquer vertente competitiva: «O conceito é treino, a pessoa faz esta volta autonomamente», com recurso a um tracking. Ainda assim, a NinhoTeam quis organizar o desafio com foco no coletivo e, no passado dia 30, a partir da meia-noite, vários foram os atletas a arrancar do Moinho da Serra da Pevide, em direção aos Mendigos, o limite mais próximo. Daí partiram, passando por «serra, trilhos, alcatrão».

«Não vamos a uma Fórnea, por exemplo, porque não é no limite, mas acabamos por passar em outros sítios que se calhar não dávamos a conhecer às pessoas no concelho. Vamos a uma terra que é a Paiã, que é aqui a 30 ou 40 quilómetros de Porto de Mós. Se calhar muita gente nunca ouviu falar e é uma das aldeias se calhar mais giras do nosso concelho», diz-nos o responsável.

E, dos 270 participantes, apenas 118 conseguiram concluir o percurso. Afinal, «é um desafio exigente (3 000 metros de desnível de altitude), não é qualquer pessoa que o faz, não são profissionais, mas tivemos aí vários atletas do país que levam isto muito a sério», explica Marco Franco a’O Portomosense. O primeiro a terminar o desafio de trail demorou 17 horas, mas a média de conclusão ficou-se pelas 22 horas, sendo que, no trail, também se pôde concorrer em estafetas.

Mais apoios na segunda edição

Este ano, a NinhoTeam contou com o apoio de várias entidades e instituições. A Sociedade Recreativa da Cabeça Veada, por exemplo, disponibilizou o pavilhão para uma “base de vida”, onde os atletas podiam descansar e reforçar-se para os próximos 60 quilómetros. Vários monumentos do concelho «ofereceram ingressos e restaurantes deram descontos» que foram oferecidos a todos os participantes, num kit que as pessoas levaram para casa para, na esperança de Marco Franco, abrirem «o saco e pensar “eu vou lá voltar” [ao concelho]. É essa a ideia também, trazer pessoas a Porto de Mós», diz o responsável, frisando ainda um outro apoio importante: o do Município. Neste caso, o apoio prende-se com as “golas” com que a NinhoTeam recompensa os participantes que concluíram o percurso. Este e todos os outros desafios em autonomia que a equipa portomosense organiza: «Quando [o atleta] vai fazer [um treino], envia-nos o registo de como fez esse treino para receber a tal gola. Temos aqui vários tipos de gola, um bocado à semelhança do judo, a branca corresponde a 10 quilómetros, a amarela a 20 e por aí adiante até chegarmos à vermelha, que é para o ciclismo e BTT, e a preta, o cinturão negro, os 120 quilómetros. Depois, quem completa estas golas todas, recebe uma gola dourada». Para atestar a dificuldade da rota, Marco Franco confessa que apenas três atletas (ele incluído) completaram o desafio, tendo demorado «cerca de três anos para conseguir completar isto tudo».

Em preparações para uma terceira “ronda”

Apesar de ser apenas um “treino,” «este ano aquilo já parecia uma prova a sério», confessa Marco Franco. «Eu não me lembro de alguma vez ter visto um treino que no mesmo dia envolvesse corrida, BTT e ciclismo. Houve alguém que me perguntou “mas o que é que se passa hoje em Porto de Mós? É só pessoas a correr, de bicicleta, de um lado para o outro nos vários sítio do concelho”». Daí também que o responsável não afaste totalmente a ideia de tornar o percurso uma prova oficial. «Temos de pensar bem», diz, frisando as dificuldades logísticas que possam vir a ter («o ciclismo então é uma coisa muito complicada de organizar, fechar estradas…»). Sem quaisquer garantias, conclui dizendo que a NinhoTeam tem agora «um ano para pensar. Para já a ideia é ir desfrutando».

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