Pelotão da La Vuelta deixou Portugal com a esperança de um dia poder voltar

29 Agosto 2024

Luís Vieira Cruz

Se dúvidas houvesse acerca do afinco com que os portomosenses abraçariam um dos maiores eventos desportivos da atualidade, todas elas viriam a ficar desfeitas no passado 18 de agosto, dia em que a segunda etapa da presente edição da Volta a Espanha em bicicleta passou ao concelho.

Uma prova desta envergadura envolve alguns dos maiores nomes do ciclismo a nível mundial e requer, naturalmente, uma logística antecipada ao mais ínfimo detalhe, motivo pelo qual as passagens da região que cruzam o IC2 ficaram condicionadas, primeiro, e totalmente bloqueadas, em seguida, pelo alto contingente da Guarda Nacional Republicana destacado para garantir a segurança de corredores e público em geral. E se ao falar do pelotão já se espera que a sua passagem leve, aonde quer que este passe, um certo brilho – tais são as estrelas da modalidade que o compõem -, a verdade é que quem mais cor trouxe ao evento foram os espectadores que se abeiraram do percurso, muitos deles largas horas antes da previsão da passagem divulgada pela entidade organizadora, para não perderem um único segundo desta estreia da Volta a Espanha em território portomosense. Houve quem levasse cadeiras de praia ou de campismo para uma espera com maior conforto, chapéus de chuva ou de sol para suportar as altas temperaturas que se faziam sentir, e houve também quem, vivendo a passagem la La Vuelta com outro aferro, montasse verdadeiros pontos de convívio com recurso a tendas, carrinhas, colunas de som e até máquinas ou grades de cerveja. Adereços como cachecóis, bandeiras de Portugal, camisolas da seleção ou com as cores portuguesas também eram recorrentemente vistos ao longo do traçado, muito por “culpa” do apoio que se quis prestar à comitiva lusa composta por João Almeida (UAE Emirates), Rui Costa (EF Education – EasyPost) e Nelson Oliveira (Movistar Team).

A ponte pedonal que une a freguesia das Pedreiras, a rotunda da Tremoceira, a rotunda aérea do Chão da Feira e a rotunda da Calvaria de Cima, junto ao supermercado Continente, foram os pontos de encontro mais procurados por quem saiu de casa para assistir à passagem do pelotão, embora o número de aficionados dispersos por todo o percurso pertencente ao concelho de Porto de Mós fosse, também ele, bastante elevado.

De telemóvel na mão ou rádio junto ao ouvido, todo o público acompanhava “as últimas” da La Vuelta, pacientemente e em clima de festa, à espera da chegada do pelotão. Quanto mais batedores da GNR passavam, maior era o aglomerado, sinal que augurava os verdadeiros momentos de júbilo que se viveram assim que a mancha de ciclistas se começou a avistar no horizonte.

A passagem pelo concelho foi, por si só, fugaz, tal era a cadência do pelotão. Nesta parte do troço, não havia ainda grandes fugas ou atletas atrasados, pelo que “toda” a comitiva passou num abrir e fechar de olhos. Pese embora a rapidez da passagem do pelotão, o público abandonou os seus “postos” com o sentimento de “dever cumprido”. Muitos voltaram a casa, mas também era palpável a azáfama daqueles que ansiavam a reabertura das estradas para poderem acompanhar os ciclistas noutras fases do percurso em concelhos vizinhos ou na chegada à meta, em Ourém.

Contas feitas, foi o sprinter australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) quem terminou os 194 quilómetros desta etapa, a segunda maior da prova, em primeiro lugar. Em segundo ficou Van Aert (Visma-Lease a Bike) e Corbin Strong (Israel – Premier Tech) garantiu o terceiro posto do dia.

A Volta a Espanha iniciou-se a 17 de agosto, com a etapa Lisboa-Oeiras, e terminará a 8 de setembro, com a 21.ª etapa designada Distrito Telefónica-Madrid.

Fotos | Luís Vieira Cruz e Isidro Bento

Assinaturas

Torne-se assinante do jornal da sua terra por apenas:
Portugal 19€, Europa 31€e Resto do Mundo 39€

Primeira Página
Capa da edição mais recente d’O Portomosense. Clique na imagem para ampliar ou aqui para efetuar assinatura