O Portomosense

Ponto de Partida

11 Mai 2023

996 podia muito bem ser o número de um comboio. Talvez até de uma carruagem. Ou de um vagão… Nada disso. 996 é o número que identifica a estação de partida de um portomosense que se prepara para embarcar em mais uma viagem de longo curso.

Este portomosense leva consigo uma mala cheia de sonhos. Sente-se na flor da idade e quer fazer ainda mais. Com um forte sentido de missão em mente, parte com um destino bem definido e com os olhos postos no futuro.

Ao contrário da maioria dos passageiros, o portomosense sabe que tem que aproveitar a jornada. Cada estação e apeadeiro representam uma rara oportunidade para conhecer novas gentes e lugares e difundir novas histórias… É um trabalho que reconhece não ter fim, mas insiste em levá-lo a cabo com todo o brio e dedicação. Olhar para onde os outros não olham, ver o que os outros não veem e chegar onde os outros não chegam faz parte do seu lema.

Apesar de não ser a sua primeira viagem, olha para esta estação como um verdadeiro ponto de partida. Romper com o passado está fora de questão, mas sente que é preciso inovar e crescer.

O portomosense não viaja sozinho. Tem ao seu lado o grupo de sempre. Cada um tem a sua personalidade, as suas valências e os seus ideais. Todos se complementam. Todos conhecem o comboio, as gentes e os lugares como a palma da sua mão. É este grupo que faz com que o portomosense sinta que é capaz de ultrapassar todas as adversidades inerentes a uma viagem de tão longo curso. Um dia o comboio parará, uns sairão e outros picarão pela primeira vez o seu bilhete, mas para já há que focar na viagem, que ainda agora começou.

Luís Vieira Cruz

«Só faz sentido se for com o coração». Na semana em que abraçava um novo desafio na direção d’O Portomosense, esta ideia, bem vincada na conferência dos 40 anos do “nosso” jornal, fez-me particular sentido. O entusiasmo natural de um novo ciclo é combustão mais do que suficiente para “abrir portas”, espreitar para o que está do outro lado da montanha e querer mostrá-lo ao mundo. É também motor para tentar inovar, sem para isso cambalear a história que temos feito até aqui. Este entusiasmo é motivação para querer agregar as pessoas, levá-las às bancas dos jornais, contar-lhes histórias sem barreiras. Todos são parte. No entanto, o entusiasmo será efémero se naquilo que fazemos não estiver o nosso coração. Estar de coração é premissa.

Fazer jornalismo, sobretudo quando falamos de um jornal impresso, é trabalhar com o coração. Nem sempre a nossa missão é percebida ou temos apoios justos. Nem sempre todos entendem o privilégio de poder viver em Democracia, sem censura. Nem sempre se dá o devido valor a ter um meio onde se perpetuam as pessoas, a cultura, as tradições, as políticas, de um lugar que é ímpar e merece ser contado. Mas serão estes entraves transformados em oportunidades, pelo menos, enquanto puder continuar a dizer: Estou n’O Portomosense de coração, «só assim faz sentido».

Jéssica Moás de Sá