Este ano, Porto de Mós esteve em grande na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Há muito que o concelho marca presença na maior feira de turismo do país mas este foi, sem dúvida, o ano em que mais deu nas vistas.
Ao contrário do que acontecia até agora, os municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) ganharam espaço próprio no stand. Continuaram a mostrar-se ao exterior como um todo mas cada qual pôde realçar aquilo que de melhor tem para oferecer. Promoção essa feita diretamente junto de muitos dos 79 mil visitantes que, ao longo de quatro dias, passaram pelo certame, o maior de sempre a esse nível. Porto de Mós conseguiu maior visibilidade mas não foi só por ter alguns metros quadrados só para si. A divulgação fez-se no balcão, mas também, muito, no palco do stand.
A feira começou a 28 de fevereiro, e o arranque promocional foi logo em força com a apresentação das Festas de São Pedro, a primeira e, para já, a única, algo que surpreendeu a todos porque nunca antes o programa do maior evento concelhio fora apresentado, em primeira mão, fora de portas. Nesse mesmo dia, a animação foi assegurada pelas Concertinas da Cabeça Veada, marchas populares e cabeçudos. Durante toda a feira, a Fundação Batalha de Aljubarrota esteve representada no espaço dedicado a Porto de Mós por duas figuras vestidas com armaduras e espadas numa alusão à famosa batalha.
No segundo dia, com a BTL ainda reservada a profissionais, o destaque foi para “o mundo do conhecimento e cultura virtual”, aplicados ao ensino, com testemunhos da professora que coordena a aplicação da realidade virtual no Agrupamento de Escolas, e a participação dos alunos, tendo sido proporcionada, ainda, uma viagem de experiência virtual a Porto de Mós. Num segundo momento foi feita a apresentação do hotel Dolinas.
A 1 de março, a BTL abriu-se também ao público não profissional e nesse dia o concelho voltou a marcar presença em duas frentes: junto ao balcão começou a ser construído um pequeno tapete florido semelhante àquele que todos os anos faz a ligação entre a ponte e a Igreja de São Pedro, no Domingo de Ramos. Tanto a execução como o resultado final despertaram a atenção de quem por ali passava e foram muitos que o fotografaram ou o usaram como cenário. Já no palco, o destaque foi para a apresentação da cerâmica no território de Porto de Mós, seguindo-se o documentário O último Oleiro.
Semana Santa foi também cabeça de cartaz
A Semana Santa foi uma das apostas promocionais do Município na BTL e tal como já tinha acontecido com as Festas de São Pedro, optou-se por fazer a primeira apresentação na feira. Nesse âmbito houve a exibição de vários vídeos. Promoveram-se, ainda, os festivais do Folar e do Cabrito e Borrego. Na última atividade, a presidente do Centro Nacional de Cultura [natural de Alvados] falou sobre os Caminhos de Fátima, nomeadamente, do Caminho do Mar.
No penúltimo dia da BTL, a animação esteve a cargo das Concertinas da Cabeça Veada, tendo-se passeado pelo certame, elementos de duas marchas populares. O palco, desta vez, serviu para a apresentação da rede de percursos pedestres e cicláveis, num total de 700 quilómetros, e para o turismo apícola, uma nova oportunidade local da qual falou o responsável pelo Centro de Interpretação da Abelha e do Mel. As apresentações foram complementadas com vídeos alusivos aos temas.
Para o último dia, o Município tentou conquistar os turistas “pela boca”, ou seja, desafiando-os a provar algumas iguarias e a conhecerem a cozinha de demonstração das Festas. Nessa mesma tarde, e a propósito do novo roteiro temático da região – Roteiro dos Castelos – foi feita a apresentação histórica do castelo de Porto de Mós. Pelo meio, foram exibidos vídeos alusivos ao Mercado de Produtos Locais, Festival do Bacalhau, e às visitas ao castelo apoiadas em vídeo-guia com linguagem gestual. A animação esteve a cargo do Grupo de Concertinas da Barrenta, voltando a mostrar-se elementos das marchas populares.
Além do Município e das entidades suas convidadas, Porto de Mós voltou a estar representado na BTL, pelas Grutas de Mira de Aire, o Dom Abade – Restaurante, Buffet, Eventos, e o Cooking and Nature – Emotional Hotel. À semelhança dos anos anteriores, as três unidades aproveitaram para se promoverem junto dos profissionais do setor, em reuniões formais ou no contacto pessoal informal, bem como junto do público em geral. Os resultados deste intenso mas discreto trabalho só bem mais tarde serão conhecidos mas na véspera do encerramento o ambiente era de otimismo entre os hoteleiros. O facto deste ano, Porto de Mós ter tido uma presença mais forte e visível, também agradou, até porque há a convicção que «o que for bom para o concelho é bom para a hotelaria local e vice-versa, ganhando todos com uma promoção e com um trabalho em rede».
O “famoso” galo de Serro Ventoso esteve mais uma vez presente e assim se promoveu a freguesia e o seu bem conhecido Festival do Galo.
“Concelho mostrou-se com orgulho”
«Porto de Mós saiu da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) mais forte e coeso». Quem o diz é o vice-presidente da Câmara e vereador do Turismo, Eduardo Amaral, à conversa com O Portomosense. O responsável faz «um balanço muito positivo» da passagem pela BTL, explicando que esta teve dois méritos principais: o concelho mostrou-se «no maior espaço de promoção do turismo em Portugal» e a forma como o fez engrandeceu e deixou orgulhosas as sua gentes.
Eduardo Amaral recorda que o Município continua apostado em dar força efetiva ao lema “Porto de Mós somos todos nós” e acredita que iniciativas como esta contribuem, de facto, para o reforço de «uma consciência coletiva de que o concelho tem valor, tem património, tem pessoas e tem muito orgulho em si próprio», embora reconheça que ainda há algum caminho a fazer nesse sentido.
O Município marcou presença no certame mas não o fez sozinho. «Levámos, com todo o orgulho, uma série de embaixadores como as marchas populares, as Concertinas da Barrenta e da Cabeça Veada e as próprias pessoas que construíram o tapete florido e estes foram os primeiros a sentir o peso mas também o grande orgulho em estarem a representar Porto de Mós», realça.
Este ano, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), de que Porto de Mós faz parte, «teve uma estratégia diferente no sentido de promover melhor os vários territórios», explica o autarca. «Encontrou um outro espaço de dinamização onde todos estavam representados e cada um tinha a sua dinâmica própria na promoção direta com os visitantes fossem eles operadores ou visitantes», recorda. Os principais momentos foram transmitidos online, o que permitiu que mais gente, de dentro e fora do país, tivesse acesso à feira ficando a saber, afinal, o que é a BTL e a forma como os municípios da sua região lá se promovem.
Visivelmente satisfeito com esta «estratégia diferenciadora em termos de presença e com uma marcação muito mais forte em termos de imagem e de comunicação», Eduardo Amaral refere que Porto de Mós procurou aproveitá-la ao máximo tornando-a num «grande momento de divulgação do território».
De acordo com o vice-presidente, Porto de Mós aproveitou ao máximo a presença para promover a sua oferta turística segmentada em «turismo de natureza, religioso, militar e industrial».
Fotos | Isidro Bento e CMPM