De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), Porto de Mós perdeu cerca de 1000 habitantes (998) entre 2011 e 2019 o que corresponde a uma redução de 4,11% na população do concelho. O cenário de queda da população residente não é um exclusivo local – o mesmo aconteceu em 264 dos 308 municípios portugueses (85,7% do total) –, no entanto, no todo nacional, a redução, em termos percentuais, no mesmo período de tempo, é praticamente metade (2,34) da registada em Porto de Mós.
Olhando para os dados do INE verifica-se que a nível local a diminuição do número de residentes tem sido uma constante desde 2011. Todos os anos, sem exceção, Porto de Mós tem perdido gente.
Se compararmos, por exemplo, a população estimada pelo INE para 2019, com a registada em 2014 e 2018, constatamos que o número de residentes no ano passado era inferior em 2,39% ao verificado em 2014 e 0,06% face a 2018 (neste caso, com uma perda de apenas 13 habitantes).
De acordo com a Pordata, em 2011 havia 813 estrangeiros a residir legalmente em Porto de Mós enquanto que em 2018 eram, apenas, 712, mesmo assim, revelam os dados do INE, o saldo migratório em 2019 é positivo, algo que só aconteceu depois de 2011 no ano de 2015. Dito por outras palavras, no ano passado houve mais cidadãos estrangeiros a fixarem-se no concelho que portomosenses a sair para outras regiões do país ou para o estrangeiro.
A ter em conta também nas questões da demografia há, entre outros, os números relativos a nascimentos e óbitos e no que diz respeito ao concelho o cenário não é dos mais animadores embora a situação de Porto de Mós seja comum à de muitos outros municípios. Dito desta forma pode chocar alguns mas a verdade é que continua a haver muito mais gente a morrer, que a nascer. Segundo dados do INE, entre 2011 e 2019, houve 1573 nascimentos e 2329 óbitos. A boa notícia é que o número de nascimentos no ano passado voltou para níveis de 2010, acreditando o presidente da Câmara que a tendência é mesmo de inversão face ao cenário dominante desde, praticamente, 2009, tal como sublinhado no início deste ano quando o assunto voltou à ordem do dia na sequência de um trabalho apresentado por O Portomosense.
Porto de Mós é o que menos perde
Lançando um breve olhar para a realidade da Região de Leiria e os seus 10 concelhos, entre os quais se inclui Porto de Mós, verificamos que de 2018 para 2019, houve um aumento de população em Leiria, Batalha e Marinha Grande e uma diminuição em Pombal, Ansião, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Alvaiázere, Pedrogão Grande e Porto de Mós.
Em termos absolutos, Leiria foi o concelho que mais viu aumentar o número de habitantes (410), seguindo-se a Batalha (123) que leva, ainda, a taça em termos percentuais com uma taxa de crescimento de 0,77%, a maior entre os 10 municípios, e Marinha Grande (104). Dos restantes, aquele que mais habitantes perdeu foi Pombal (-223). Depois, Ansião (-67), Figueiró dos Vinhos (-40) e Castanheira de Pêra (-36), que regista, ainda, a maior queda percentual: 1,37% no conjunto dos 10. Encerram a lista Pedrogão Grande (-19) e Porto de Mós (-13).