Porto de Mós acolheu, pela terceira vez, o Campeonato Nacional de Marcha na categoria de 20, 35 e 50 quilómetros percorridos ao longo de um percurso de um quilómetro, no centro da vila. A prova contou com cerca de 100 atletas distribuídos por mais de duas dezenas de clubes. A competição teve uma duração de cerca de cinco horas, seguindo-se a entrega de prémios pelos vários escalões.
Nas principais provas, os vencedores foram, do lado maculino, João Vieira, atleta do Sporting, que acumulou o título no percurso de 20, 35 e 50 quilómetros. No escalão feminino, Mara Ribeiro, marchadora do Benfica, venceu no percurso de 35 quilómetros e Sandra Silva, atleta do Clube de Oliveira do Douro, nos 50 quilómetros.
Na opinião de Eduardo Amaral, vereador do Desporto do Município, “a prova correu muito bem” num percuso que considera ter “uma boa dinâmica” e que, por essa razão “está homologado pela Federação para a realização de provas internacionais”, explica. Quem considera também que Porto de Mós tem as condições para a realização destes eventos é António Reis, presidente da Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL), ao reforçar que os “atletas gostam do percurso plano, sem lombas” que é “o ideal para a marcha”. O dirigente garante também que Porto de Mós tem já uma “equipa muito bem preparada e habituada a organizar” este tipo de eventos.
A aposta de Porto de Mós no atletismo e na concretização destas provas, parte, segundo Jorge Vala, presidente da Câmara, de uma tentativa de ter “grandes atletas e grandes provas” porque, acredita, é assim “que nasce o bichinho” na população para a prática de atletismo. A promoção do desporto no concelho tem “como propósito final” tornar os cidadãos de Porto de Mós “mais saudáveis a partir da prática do desporto”, assume o autarca.
O trabalho desenvolvido pelo Município foi evidenciado por Carlos Carmino, diretor técnico nacional de marcha, “com a presença de muitos jovens do Centro Educativo das Pedreiras e da Escola da Corredoura” nas categorias de benjamim, infantis, iniciados e juvenis. O diretor técnico explica que tem tentado “lançar as sementes e criar o gosto pela marcha” e acredita que vai ser possível ter no concelho “mais atletas a fazer atletismo e em particular, marcha atlética”. O objetivo é que estes jovens “participem em mini-campeonatos nacionais e até internacionais”, esclarece Carlos Carmino, admitindo que para isso é preciso que “os clubes, como o Grupo Desportivo das Pedreiras e a Associação Porto de Mós a Correr” apoiem os atletas.
Num contexto nacional, António Reis, presidente da ADAL assume que “a marcha sempre foi uma modalidade com poucos atletas”, no entanto, está em sentido crescente, relacionado, na opinião do dirigente, pelo “bom trabalho realizado por Carlos Carmino nas escolas”.
Para Eduardo Amaral, estes eventos são ainda “importantes oportunidades” para projetar o concelho no “âmbito nacional”. Mas o dirigente reforça que o concelho tem, também, “que estar na linha da frente” para as “grandes organizações internacionais”, permitidas de “forma mais rápida através do desporto”. Carlos Carmino assegura que “no próximo ano” o “protocolo entre a Federação e o Município” continua, permitindo antever “a realização de mais provas” no concelho.
Quanto à perspetiva de Porto de Mós poder receber a Taça de Europa de Marcha em 2021, caso Portugal vença a candidatura submetida pela Federação, Carlos Carmino admite que “neste momento”, a vila “não tem ainda as condições” para acolher esta prova. No entanto, o diretor técnico nacional acredita “que até lá, com a forte ajuda do Município, as condições serão criadas”. O presidente da Câmara, Jorge Vala, assume que Porto de Mós tem um “problema de falta de estruturas hoteleiras” que espera “ver melhorado até 2021”. Caso Porto de Mós receba a prova internacional, o presidente lembra que este é “um acontecimento de organização regional” e que por isso, o concelho estará “preparado para receber” a competição.