Porto de Mós tem a quarta fatura da água mais barata da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria

3 Janeiro 2025

Isidro Bento

Sabia que na altura de pagar a fatura da água fica bem mais barato fazê-lo em Porto de Mós que em Alvaiázere, Ansião, Pedrogão Grande ou Castanheira de Pera? Provavelmente não, mas é isso que revelam os dados constantes de um estudo da Deco Proteste que analisou as tarifas da fatura da água (que inclui água, saneamento e resíduos) nos 308 municípios portugueses.

A maior organização de consumidores do país comprovou que «há disparidades significativas» entre o que pagam pelo mesmo valor de consumo moradores de concelhos diferentes e no caso de Porto de Mós nem é preciso ir buscar exemplos a outras zonas do país para o confirmar. 

Fatura agua mais barata PMS | Jornal O Portomosense

Assim, enquanto que por cá uma família paga, por ano, 292,77 euros por 120 m3 de água, a mesma família, se for residir para Castanheira de Pera ou qualquer um dos outros concelhos do norte do distrito, vê esse valor disparar para 410,48 euros, o que faz com que a fatura em Porto de Mós fique “menos pesada” 117,71 euros. 

A Deco Proteste analisou também os valores das faturas para um consumo de 180 m3 e chegou a idêntica conclusão. No caso de Porto de Mós, a mesma família chega ao final do ano com uma fatura global de 415, 24 euros enquanto que se morar em Castanheira de Pera terá de desembolsar 575,13 euros, ou seja, são mais 159,89 euros. Mudar de 120 para 180 m3 representa um aumento, no nosso caso, de 122,47 euros anuais.

Marinha Grande, a mais pequena na fatura

Olhando para a realidade dos 10 municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Leiria, Pedrogão Grande, Pombal e Porto de Mós), constata-se que os munícipes que têm a fatura da água mais barata são os da Marinha Grande. No final do ano, pelos mesmos 120 m3 pagam, “apenas”, 187,49 euros, e 285 euros por 180 m3. 

Voltando à comparação com Castanheira de Pera, Alvaiázere, Ansião, Pedrogão Grande e Figueiró dos Vinhos (os concelhos onde se despende mais pelos 120 e pelos 180 m3 de água), e a Marinha Grande (onde se paga menos), verifica-se que essa diferença é de 222,99 euros e de 290,13 euros, respetivamente.

No conjunto dos 10 municípios da CIMRL, Porto de Mós é o quarto onde se paga menos. A primeira posição, como já foi referido, pertence à Marinha Grande. Na segunda aparece a Batalha e no terceiro lugar, Pombal. Abaixo de Porto de Mós, Leiria, e depois o ranking encerra com os quatro municípios do norte do distrito, cujo fornecimento está entregue a uma empresa de capitais exclusivamente públicos, a APIN -Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior, que junta os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penacova, Penela e Vila Nova de Poiares. 

Se alargamos a comparação aos restantes municípios do distrito de Leiria (Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche) verificamos que Porto de Mós desce apenas duas posições e, no conjunto dos 16 municípios, é o sexto com o valor mais baixo da tarifa da água (saneamento e resíduos). Bombarral fica com o quarto lugar e Óbidos com o quinto.

Diferença pode chegar aos 650 euros

O estudo da Deco Proteste foi realizado com base nas tarifas em vigor em junho de 2024, excluído IVA, Taxa de Recursos Hídricos (TRH) e Taxa de Gestão de Resíduos (TGR). Olhando para o todo nacional, os dados recolhidos pela organização de consumidores são, no mínimo, preocupantes, quando se pensa nas assimetrias que revelam: a diferença de preços entre o custo mais baixo e o mais elevado é de 6% se estivermos a falar de consumos de 120 m3 e de 4% no caso dos consumos de 180 m3. 

Amarante, Oliveira de Azeméis, Ovar, Albergaria-a-Velha e Baião são os cinco concelhos onde a fatura global por um consumo de 120 m3/ano é mais elevada. Por seu turno, Vila Nova de Foz Côa, Castro Daire, Terras do Bouro, Vila Flor e Vila Nova de Paiva são aqueles que têm os valores mais reduzidos. Nos consumos anuais de 180 m3, o Fundão lidera, seguindo-se Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Amarante e Espinho . No fundo da tabela, ou seja, os concelhos que têm a tarifa mais baixa são os mesmo cinco liderados por Vila Nova de Foz Côa. Colocada esta realidade em números concretos ainda mais claro se constata o fosso de valores pagos por ano pelos portugueses para consumos idênticos: Enquanto que em Amarante uma família com um consumo anual de 120 m3 paga 494,47 euros, a mesma família, no mesmo período e pelos mesmos metros cúbicos, desenbolsa em Vila Nova de Foz Côa, 94,09 euros, ou seja, menos 400 euros. A diferença torna-se mais gritante no caso de consumos anuais de 180 m3. No Fundão, a dita família tem no final do ano uma fatura de 776,74 euros para pagar, enquanto que em Vila Nova de Foz Côa, esse valor é bem mais simpático: 125,92 euros, o que corresponde a uns “expressivos” 650 euros de diferença.

Foto | DR

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