“Porto de Nós” terminou como começou. Em grande

12 Setembro 2024

Luís Vieira Cruz

Chegou ao fim a exposição que durante cinco meses esteve patente na Central das Artes de Porto de Mós, inserida no programa de comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril. De nome Porto de Nós – Confluências Transnacionais, a mostra reuniu peças de arte de 45 autores que evidenciaram partes da cultura de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A curadoria esteve a cargo de João Carlos Silva e Ricardo Barbosa Vicente, presentes na cerimónia de encerramento decorrida a 29 de agosto último.

Foi mesmo o curador João Carlos Silva quem se dirigiu, numa primeira instância, ao púlpito, para recordar perante a audiência que «a liberdade conquistada no dia 25 de Abril teve também mãos, pensamento, amor e luta das antigas colónias portuguesas, hoje chamadas de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)». Por entre elogios à entidade promotora, à qual agradeceu a coragem de avançar com esta forma de homenagem, o curador considerou Porto de Nós «a primeira pedra lançada para que artistas dos PALOP possam estar com mais frequência em Portugal, de forma a cimentar uma relação de tanto tempo onde a língua e a cultura acabam por ser um elo de união». Seguiu-se a intervenção de Maria Inácia Rezola, que na qualidade de comissária executiva da Comissão Nacional Comemorativa 50 anos 25 de Abril deixou bem patente que o concelho de Porto de Mós foi «pioneiro na duração do programa e nas atividades desenvolvidas», dando particular destaque aos ciclos de conferências, nos quais também participou e que, além de si, reuniram outros nomes consagrados como António Costa Pinto, Fernando Rosas, Henrique Gouveia e Melo, Irene Pimentel, José Pacheco Pereira, Luís Amado e Paulo Portas. 

A última palavra coube ao presidente da Câmara, Jorge Vala, que se congratulou com a boa recetividade da exposição por parte dos cerca de mil visitantes que a mesma atraiu e que confirmou que será pintado para o ano, «por artistas portugueses e por uma cabo-verdiana», um mural a assinalar o meio século da Revolução dos Cravos. «50 anos não é um ponto de chegada, é um alerta à necessidade de continuar a lutar por um modelo de desenvolvimento social, económico e cultural em que todos merecem ter o seu lugar», defendeu.

Fotos | Luís Vieira Cruz

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