Portugal retomou esta semana a administração da vacina da AstraZeneca depois de, à semelhança de vários países europeus, ter decidido pela sua suspensão até que a Agência Europeia de Medicamentos atestasse a segurança e eficácia desta, o que veio, efetivamente, a acontecer.
Em Porto de Mós, a vacina está a ser administrada desde quarta-feira e até agora o número de pessoas que decidiu não a tomar é bastante baixo garantiu ao nosso jornal fonte do ACES Pinhal Litoral. De acordo com a mesma fonte, a expectativa é que assim continue e se aquilo a que assistimos hoje no Centro de Vacinação de Porto de Mós servir de modelo, é provável que assim aconteça.
O Portomosense falou com mais de uma dezena de pessoas, entre as 220 que foram vacinadas durante a manhã de hoje e dessas, tanto quem esperava a vez para ser vacinado, como quem já o tinha sido e aguardava que passasse a meia hora de segurança para depois poder voltar à sua vida normal, não confessou medo ou grande preocupação por a vacina em causa ser a da AstraZeneca.
Manuel Amado Carvalho, do Alqueidão da Serra, uma das pessoas com quem falámos, contou-nos que em circunstâncias normais teria sido vacinado há pouco mais de uma semana. Estava convocado e era seu desejo tomar a vacina, no entanto, com a suspensão [temporária] desta em Portugal, o seu desejo teve de ser adiado por uns dias. Agora depois de ter visto que as autoridades de saúde «estudaram o caso e confirmaram que é segura», foi sem qualquer tipo de receio que aceitou nova convocatória e hoje à hora marcada se apresentou em Porto de Mós.
Para Manuel Carvalho a vacina «é um sinal de esperança e quanto mais depressa todas as pessoas forem vacinadas, melhor».
Maria Celeste Santos, do Bairro de São Miguel (Porto de Mós) tem tido alguns problemas de saúde nos últimos tempos e, como explicou ao nosso jornal, «não estava com medo da vacina em si mas que pudesse vir a interferir com a medicação» que anda a tomar. Como lhe garantiram isso não iria acontecer, aceitou sem qualquer problema «porque realmente se isto é para ficar melhor (e nós precisamos tanto que o mundo volte ao normal…) então temos de ser vacinados», frisou.
José dos Santos, natural da Ribeira de Cima mas há muitos anos a residir em Covas Altas (Alqueidão da Serra) foi um dos que seguiu pela comunicação social o caso AstraZeneca desde que as autoridades optaram por suspender esta vacina até que estudos complementares confirmassem ser segura. A partir do momento em que isso aconteceu ficou totalmente descansado e foi com grande satisfação que foi vacinado. Como é asmático e todos os dias tem de recorrer «a várias bombas» e toma «mais de 10 comprimidos por dia», a vacina veio dar-lhe mais segurança já que é doente de risco.
José Vasco Pragosa, da Fonte do Oleiro foi outra das pessoas com quem falámos antes de ser vacinado. Tal como os restantes acompanhou o caso pela comunicação social mas confessa que nunca se preocupou muito e foi com igual postura que se apresentou no Centro de Vacinação.
Quem também não teme a vacina da AstraZeneca é José Manuel Nogueira, de Mira de Aire. «Já se falou tanto mas tanto desta vacina e ainda não se chegou a uma verdadeira conclusão mas eu acredito nela na perfeição. Hoje venho levá-la sem medo nenhum», disse-nos acrescentando um voto de esperança de que, de facto, «dentro de algum tempo as coisas mudem e depois da maioria da população estar vacinada, já possamos conviver e abraçar os nossos familiares e amigos».
Esta semana já foram vacinadas 440 pessoas no concelho de Porto de Mós. Amanhã, sexta-feira, deverão ser mais de 300 e para sábado está marcado o início da vacinação de professores e funcionários das escolas.