A empreitada de construção do novo campo sintético, junto ao Campo de Jogos de Porto de Mós, está em marcha e já só falta a colocação do piso para que a estrutura esteja pronta, algo que deverá acontecer em meados do próximo mês de outubro. A morosidade das obras tem causado constrangimentos à Associação Desportiva Portomosense (ADP), que tem solicitado a cedência de infraestruturas como o Estádio Manuel Donato dos Santos Ferreira, em Mira de Aire, ou o Campo de Futebol do Clube Desportivo “Os Andorinhas”, na Cruz da Légua, para conseguir dar início aos trabalhos das equipas de formação na presente época desportiva.
«A minha previsão é que dentro de 20 dias, talvez na semana do dia 10 de outubro, o campo poderá estar concluído. Todos os processos de preparação estão terminados, o chão está pronto e só falta mesmo aplicar o tapete de relva sintética», nota o presidente da ADP, Nuno Moreira da Silva. Outra questão que está também “pendurada” é a da eletricidade, uma vez que o atual posto de transformação não tem capacidade para aguentar com a iluminação das quatro torres do Estádio Municipal, simultâneamente com os quatro novos postes do campo sintético. «Neste momento, com a capacidade energética que lá está é impossível ligar as oito torres ao mesmo tempo. É uma situação que está também a ser tratada e julgo que em breve será feita uma alteração no ponto de transformação por parte da EDP», afirma. A intervenção para viabilizar a energia «custa cerca de 50 mil euros, sem contabilizar o valor das lâmpadas novas de LED e os aparelhos que têm que ser alterados por causa do aumento da potência».
Para a construção do novo campo sintético a Câmara Municipal de Porto de Mós vai contribuir, segundo Nuno Moreira da Silva, com «um apoio no valor de 150 mil euros». Para financiar o restante valor, o dirigente afirma que está ainda aprovada uma candidatura a um programa da Federação Portuguesa de Futebol, tendo sido também realizada outra candidatura junto do Instituto Português do Desporto e Juventude, que aguarda a divulgação dos resultados. O presidente da ADP, no entanto, não precisa os valores envolvidos em ambas as propostas.
Além do piso, surge também a necessidade de erguer estruturas anexas ao campo que deem apoio aos atletas do emblema amarelo e preto, nomeadamente, balneários e uma arrecadação para guardar o material. Para já, a solução apresentada pela Câmara foi «a compra de contentores que vão servir para guardar equipamento de treino e para balneários das equipas». Nuno Moreira da Silva espera que esta seja uma medida provisória. «Gostava que, no futuro, fossem criadas também estruturas definitivas. A nossa ideia passa por construir balneários feitos de tal forma que permitisse, posteriormente, fazer uma cobertura em cima com bancadas, que servissem os dois campos», vinca o dirigente, mostrando, no entanto, compreensão relativamente ao processo. «Sabemos que o projeto é ambicioso e que não há verbas para ser feito tudo de uma vez, mas esperemos que não caia no esquecimento e que seja concretizado por fases», sugere. O dirigente fala ainda que a sede de concelho merece ter infraestruturas para a prática do futebol «à altura de outras sedes de concelho e até de algumas freguesias».
A ADP aguarda que o campo esteja operacional muito em breve para que possa fixar o local dos treinos das camadas jovens, visto que a temporada já começou para todos os escalões e a logística para que tudo funcione normalmente tem sido complicada. «As nossas equipas de formação têm treinado no recinto do Clube Desportivo ‘Os Andorinhas’, mas agora, com o passar dos dias, faz-se noite mais depressa e o campo não tem iluminação. Daqui a 15 dias, às 19 horas já é de noite. Provavelmente, será necessário solicitar a cedência do Estádio Manuel Donato dos Santos Ferreira, em Mira de Aire, uma semana, até voltar tudo à normalidade», conta o dirigente, acrescentando que foi também naquele recinto que a equipa sénior iniciou a preparação da pré-temporada.
Nos últimos anos, a ADP usufruiu do campo sintético que estava colocado junto às Piscinas Municipais de Porto de Mós para os treinos e jogos das equipas de formação. O piso foi retirado antes do início das Festas de São Pedro, sendo o seu espaço utilizado para integrar o certame. «Pedimos à Câmara para não arrancar o antigo sintético sem o novo estar terminado, mas tal não foi possível face à nova estrutura das festas», explica. Se as equipas de futebol de onze estão a treinar num campo cedido, os mais pequenos iniciaram a época no relvado do Estádio Municipal, porque «dada a sua tenra idade, não desgastam tanto a relva como os mais velhos». Também a equipa sénior trabalha naquela infraestrutura, tendo já disputado um jogo oficial no passado domingo. O relvado exige sempre cuidados redobrados para que o piso esteja praticável, mas ultimamente os responsáveis do clube têm sido surpreendidos com uma situação inusitada. «Temos tido problemas um pouco graves com javalis, que entram por detrás e estragam a relva. Da última vez pareciam mesmo que tinham passado com uma charrua numa parte do campo», revela Nuno Moreira da Silva.
O novo campo de futebol de 11 assume também uma grande versatilidade uma vez que conta com as marcas gravadas no piso que delimitam dois campos de futebol de sete e de cinco, tornando o campo operacional para todas as equipas da formação no clube. Além disso, vai ser ainda criado um outro campo com as medidas de futebol de sete, reaproveitando o tapete que foi arrancado junto das Piscinas Municipais. Durante o período em que o tempo se torna mais agreste, o presidente da ADP admite a possibilidade de colocar o bar do campo principal em funcionamento, para que os pais que aguardam pelos atletas possam conviver durante o período dos treinos. O Portomosense tentou contactar o vereador com o pelouro do Desporto, Eduardo Amaral, mas não teve sucesso.
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