Presidente da AM dá raspanete a deputados municipais e partidos políticos

10 Outubro 2024

Isidro Bento

A última sessão da Assembleia Municipal ficou marcada pela veemente chamada de atenção da presidente daquele órgão, Clarisse Louro, aos deputados municipais e aos partidos políticos. O motivo? O elevado e recorrente número de faltas.

Depois de, como é habitual, ter informado a Assembleia dos deputados com falta justificada e de quem os substituía, Clarisse Louro teve uma intervenção dura para os faltosos e para com as forças políticas representadas na AM. A presidente começou por pedir desculpa «àqueles que raramente faltam» mas feita a ressalva explicou que perante «a extensa lista de substituições» que acabara de apresentar (sete no total), situação que «tem sido recorrente», não poderia deixar de, «publicamente», confessar o seu «desencanto» e a sua «desilusão» por «tantas pessoas eleitas para representarem quem nelas votou para as representar, violem esta representação com tanta frequência».

«Funcionamos em democracia representativa, seja a nível nacional, para a Assembleia da República, seja a nível local, nas autarquias», pelo que no entender de Clarisse Louro «quando os representantes violam a sua responsabilidade de representação, põem em causa a nossa democracia». Mas a culpa não é só destes, defendeu.

De acordo com a responsável autárquica, «são os partidos políticos os agentes de intermediação desta representação pelo que é adquirido e inquestionado que não há democracia representativa sem partidos políticos». Ora, «por muito que se vote em pessoas, no ato do voto, votamos num partido e são os partidos que escolhem através da elaboração das listas as pessoas em quem nós votamos e que nos vão representar». Por isso, Clarisse Louro entendeu, na altura, «oportuno», apelar «para a responsabilidade dos partido na moralização desta forma de representação».

«Este é um apelo que faço aos partidos aqui representados, para que com os meios de que dispõem evitem a dimensão destas substituições que não credibilizam nem a democracia nem a eles próprios», concluiu.

O raspanete foi claro, o apelo também. Da parte dos deputados municipais e dos líderes de bancada reinou o silêncio. O único que se pronunciou sobre o assunto foi Alexandre Jorge, do PSD. O jovem disse partilhar «da lamentação pelas ausências» mas acrescentou bem disposto que era graças a isso que, sendo ele «o último elemento efetivo da lista», passados três anos, estava a ter lugar naquela que poderá ser a sua «primeira e única Assembleia deste mandato».

Foto | DR

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