Um dos temas destacados na Assembleia Municipal de Porto de Mós, que se realizou no dia 15 de dezembro do ano passado, foi a situação «caótica» do estacionamento no Juncal. O deputado municipal do Partido Socialista Joaquim Santiago denunciou a desordem que se sente na freguesia, afirmando que as pessoas, sabendo que «a polícia não atua», deixam «carros estacionado dentro de curvas», «até em segunda fila estacionam» e alertou para que em determinadas situações, no caso da ocorrência de um incêndio, «os carros [de emergência] não passam».
Segundo Joaquim Santiago, este é um cenário que se estende desde o largo do Café Central até ao Largo da Igreja, do passeio da Junta de Freguesia ao passeio da biblioteca. O deputado está convencido de que «às vezes, se as pessoas quiserem ir à biblioteca nem conseguem, com os carros que estão mesmo junto à porta», e sublinhou ainda que a «polícia passa e não diz rigorosamente nada», tendo já reclamado «mais do que uma vez».
Como resposta a esta questão, o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, referiu que este problema «não é do Juncal», mas sim um «problema cultural, até cívico», tendo em conta que «algumas pessoas não se importam de andar a pé 50 ou 100 metros».
O autarca frisou que há constrangimentos no Largo da Igreja pela existência de alguns serviços naquela área e mencionou que existe um estacionamento a 50 metros do “coração da vila”, mas que «ninguém estaciona junto ao Parque Verde para ir ao banco».
De forma a dar resposta ao problema, Jorge Vala afirmou ter de ir contra a sua vontade, «incentivando mais as forças de segurança a multarem», reforçando «este tipo de ação» caso esta situação se continuasse «a acentuar». Durante a Assembleia foi também mencionado pelo presidente da Câmara o projeto que irá decorrer no «terreno abaixo do quartel dos bombeiros, que será também parque de estacionamento», o que segundo o autarca «pode eventualmente resolver alguma coisa, mas não altera a falta de civismo».
Questionado pel’O Portomosense, o presidente da Junta do Juncal, Artur Louceiro, reforçou esta realidade: «A gente vai alertando, mas nada vai sendo feito ou porque não têm meios ou porque não há forma de atuar», afirmou, referindo-se às autoridades, e lamentou a continuidade do problema: «As pessoas estacionam em qualquer lado, não há organização, não há onde estacionar também, a não ser na via pública. Há um pequeno parque de estacionamento à frente do Centro de Saúde. [Os condutores] ou param em cima de passadeiras ou param junto a cruzamentos, o que tira a visibilidade».
Artur Louceiro acrescentou ainda que «a vila está à espera de sinalização de um estudo de circulação para se poder depois pôr sinalização adequada» e que «há um conjunto de coisas que têm de ser feitas».
Desta forma, carecendo de medidas que despoletem a mudança, o presidente de Junta sublinhou o facto de as pessoas continuarem a fazer «o que têm feito até aqui».
Foto | Bruno Fidalgo Sousa