A Quinta de Rio Alcaide acolheu no passado dia 5 o encerramento das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Após três anos de múltiplas iniciativas, o Município quis, de forma simbólica, fechar o ciclo comemorativo (dos mais longos a nível nacional), na quinta que acolheu uma das reuniões preparatórias de Abril. Fê-lo com a publicação do segundo volume da obra Porto de Mós e o 25 de Abril: Liberdade, Democracia e Participação, no qual ganham destaque os estudos e as crónicas de 21 autores locais, sobre o período da Ditadura e Revolução.
«Daqui a 50 anos quem quiser fazer o elogio dos 100 anos do 25 de Abril tem um documento elaborado neste presente para memória futura e que de certeza absoluta contará de uma forma mais objetiva e também mais clara aquilo que foi o 25 de Abril de 1974», sublinhou o presidente da Câmara, Jorge Vala. De acordo com o responsável autárquico, «houve grande dificuldade em encontrar, de forma absoluta, nomes concretos» e outros dados. Mesmo assim, desse trabalho resultaram dois volumes (tendo o primeiro dois tomos). «A questão que coloco é: e se não o fizéssemos, como seria daqui a 50 anos?», disse, em jeito de pergunta, concluindo ele próprio que o que se conseguiu «é um excelente documento no presente e para o futuro».
Depois de agradecer à gerência da Quinta de Rio Alcaide pela cedência do espaço, explicou que o que se pretendeu ao realizar ali a cerimónia não foi, apenas, fazer o encerramento oficial das comemorações mas também «prestar homenagem àqueles 40 jovens que, corajosamente, há 51 anos, estiveram aqui a preparar a revolução que nos deu a Liberdade».
A terminar, Jorge Vala frisou que «o Município está muito orgulhoso do percurso que fez». «Estamos muito convictos de que todas as cerimónias, todas as atividades culturais que desenvolvemos colocaram aquilo que é o elogio a esses homens que fizeram o 25 de Abril num patamar elevado colocando também Porto de Mós nesse mesmo patamar», afirmou, agradecendo a todos os que deram o seu contributo para este livro e «participaram de forma ativa nas diversas iniciativas» e aos trabalhadores do Município, nomeadamente «à equipa do vice-presidente e vereador da Cultura, que levou por diante este projeto».
Interveio, a seguir, o jovem historiador portomosense Kevin Carreira Soares, elemento da comissão executiva das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e coordenador científico da obra e a quem coube a sua apresentação de forma pormenorizada.
«Hoje é um dia grande, eu diria mesmo, é o dia maior. Hoje, pela primeira vez publicamos uma obra que inclui 21 autores, todos eles com ligação a Porto de Mós e que gostam deste concelho e que se juntaram para refletir sobre aspetos relacionados com a história, com o património e com a cultura locais no longo período entre a ditatura e o período revolucionário. Hoje, fazemos também a justa homenagem aos nossos eleitos, àqueles que aceitaram assumir posições de governança local, desde as primeiras eleições autárquicas a 12 de dezembro de 1976 até às mais recentes de setembro de 2021», começou por dizer Kevin Carreira Soares.
«Hoje, terminamos também um projeto cumulativo ambicioso que começámos em 2022 e que tinha neste livro o último projeto que esperávamos cumprir. Fizemos, chegámos ao fim e eu diria que fizemos bem», sublinhou. No final, Kevin Carreira Soares desafiou os autores presentes a falarem do trabalho que cada um tem publicado neste livro, repto que foi aceite por vários deles.
Foto | Isidro Bento