Na última sessão da Assembleia Municipal de Porto de Mós, a deputada socialista Liliana Pereira lançou várias questões ao presidente da Câmara acerca do projeto de requalificação da Escola Secundária de Porto de Mós. Entre as várias preocupações estavam o estado do pavilhão gimnodesportivo de Porto de Mós (onde os alunos da Secundária têm aulas de Educação Física), assim como saber «que obras estavam perspetivadas para os campos». Tendo em conta o esperado aumento de alunos, a deputada questionou como se organizariam as turmas quando «as condições climatéricas não forem as melhores», já que não será possível que todas tenham aulas no pavilhão, em simultâneo. «Para um universo de 1 500 alunos, está perspetivada uma cantina com 120 lugares, aproximadamente», referiu, perguntando de seguida se a cantina não terá «dimensões reduzidas», o que poderá fazer com que «os alunos se cansem de estar nas filas e optem por alimentação menos saudável». Outra das preocupações do PS, verbalizada por Liliana Pereira, prende-se com os alunos do ensino articulado: «Neste momento temos um número significativo de alunos que têm que ir ter aulas para Fátima. Nesta obra estão perspetivadas algumas salas para albergar o ensino articulado, não só o de música – que o concelho já tem – mas perspetivando-se a possibilidade de abrir noutras áreas?», inquiriu. A deputada quis também saber se foi «feito algum estudo» e se «a construção tem alguns cuidados» com a «questão dos sismos»; assim como se estão pensados espaços verdes na “nova” escola secundária. A terminar, Liliana Pereira perguntou ainda como é que, «numa obra desta envergadura», «vão ser acauteladas as condições acústicas para que as aulas possam decorrer sem grandes perturbações, mesmo em termos de segurança». As respostas não chegaram para todas as perguntas.
Para o PS “o melhor era não fazer”
O presidente da Câmara, Jorge Vala, começou por tecer críticas ao executivo PS que, até 2017, esteve no poder: «A Escola Secundária de Porto de Mós, na perspetiva do anterior executivo, há cinco anos, estava boa, não precisava de obras. Nós chegámos em 2017 e começámos logo a dizer que a escola não reunia condições mínimas para albergar os alunos. Aliás, a despreocupação era tanta que estávamos a perder alunos e ninguém dava conta», começou por dizer. Depois de referir que a «luta muito complicada» começou há cinco anos, «com reuniões com todos os secretários de Estado dos anteriores governos, na tentativa de resolver o problema de base, que era inscrever a escola nas prioridades», esse objetivo foi conseguido. O autarca adiantou que o projeto para a escola tem «acordo prévio da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE)» e tem «parecer favorável» dos técnicos do Município. «Portanto, acredito que seja bom», frisou.
Jorge Vala começou de seguida a dar algumas respostas a Liliana Pereira. «A escola não é para 1 500 alunos, é, no máximo, para 1 200. Não faço ideia se o refeitório é para 120 pessoas, a senhora é que disse e não sei onde é que viu isso», começou por dizer. Quanto ao pavilhão, «não tem problemas estruturais, tem alguns problemas mas não estruturais. Houve necessidade de cortar 300 mil euros [do valor inicial] e a DGEstE disse: corta-se aqui [na cobertura dos campos de jogos]. Se houver condições no futuro para fazer a cobertura, o Município, a custas próprias, suportará esse valor», disse. No entanto, Jorge Vala ressalvou que há outras escolas no país, com o mesmo número de alunos e que «têm só um pavilhão, nem tem os campos de jogos». «Mas, além disso, nós temos as piscinas municipais, temos os campos ao lado, com balneários, temos alguma oferta além daquilo que é o espaço ao ar livre, portanto, estou certo de que haveremos de encontrar soluções», frisou.
«Às vezes, fico a pensar que o melhor, na vossa perspetiva [PS] era não fazer, estar como está. Estarmos a fazer é um problema. Mas quero dizer o seguinte: a Escola Secundária de Porto de Mós vai ser feita e não vai precisar de contentores, está previsto que a escola funcione em obra», adiantou. A terminar, o autarca quis salientar que «mais importante e fundamental» é que «vai ser feito um investimento de 7,5 milhões de euros», investimento esse que «vai melhorar significativamente a qualidade da oferta aos alunos do concelho» e que tudo isto «aconteceu na sequência de uma luta muito grande deste executivo».