As revisões ao Plano Plurianual de Investimentos, às Atividades Mais Relevantes e ao Orçamento da Câmara para 2024 foram aprovadas na última sessão da Assembleia Municipal, por maioria, com a abstenção dos deputados municipais do PS.
Depois do voto contra em reunião de Câmara, o PS, desta vez, absteve-se aquando da votação na Assembleia Municipal, situação que não sendo frequente, também está longe de ser caso único. Os autarcas socialistas presentes nos dois órgãos continuam, aparentemente, sem conseguir, ou a não querer, definir uma estratégia única, e esta suposta dificuldade tem causado alguma surpresa, inclusive, sabe O Portomosense, dentro do próprio partido.
Desta vez, um dos surpreendidos terá sido o próprio presidente da Câmara que, depois de praticamente 15 minutos a defender as propostas de revisão, enumerando um a um cada projeto, o ponto da situação relativo ao mesmo e o valor que lhe está atribuído, afirmou que «votar contra este documento é votar contra a estratégia mas, também, votar contra a sua concretização». O discurso do autarca social-democrata antecipava, de algum modo, aquele que, previsivelmente, seria o sentido de voto dos deputados socialistas tendo em conta o que aconteceu em reunião de Câmara, no entanto, os socialistas acabaram por seguir rumo diferente.
À semelhança do que já acontecera com os vereadores, também da parte dos deputados socialistas, não houve qualquer intervenção a justificar, neste caso, a abstenção.
“Este orçamento é um enorme desafio”
Tal como O Portomosense noticiou na sua última edição, o orçamento da Câmara, que já era o maior de sempre até hoje, sai reforçado em mais 6,3 milhões de euros com a aprovação desta revisão, sendo agora de, praticamente, 36 milhões de euros.
«São mais de 6 milhões de euros para despesa de capital [investimento], obras que vão revolucionar o futuro do nosso concelho em áreas estratégicas e determinantes para o reforço da qualidade de vida», nomeadamente saneamento básico e águas, educação, saúde, desporto, ambiente e turismo, adiantou o autarca.
A revisão agora aprovada teve como principal objetivo a integração do saldo de gerência do ano passado. São mais 2,6 milhões de euros a que se juntam 2 milhões de euros correspondentes à venda de lotes na Área de Localização Empresarial (ALE) de Porto de Mós, 1,5 milhões de euros do Programa Operacional do Centro que vai financiar a Casa dos Calados, no Juncal, 400 mil euros do PRR para obras no Centro de Saúde de Porto de Mós, 500 mil euros do empréstimo do saneamento da Cumeira, Cruz da Légua e Moitalina.
«É o maior orçamento de sempre mas, também, um enorme desafio», vincou o presidente da Câmara.