Uma não-notícia. É desta forma que Rui Marto, candidato à presidência da Câmara Municipal de Porto de Mós nas últimas eleições autárquicas e atual vereador do Partido Socialista (PS) na oposição considera, do ponto de vista noticioso, a sua recente nomeação como adjunto do vereador das Obras Municipais, da Câmara de Leiria.
Contactado pelo nosso jornal no sentido de percebermos o que o levou a aceitar o convite para ser adjunto de um vereador numa câmara vizinha daquela onde ele próprio é vereador e se vê nisso algum tipo de incompatibilidade ou não teme juízos políticos e pessoais negativos relativos a essa sua decisão pessoal, Rui Marto mostrou-se bastante surpreendido com o nosso interesse e escusou-se a tecer «qualquer tipo de comentário», por considerar que as suas novas funções na Câmara de Leiria são «uma não-notícia».
Rui Marto é desde o início do ano adjunto do vereador leiriense, Ricardo Faustino dos Santos, que além do pelouro das Obras Municipais tem a seu cargo a requalificação do espaço público, a iluminação pública, a coordenação dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Leiria, a coordenação do Plano Estratégico de Mobilidade e Transportes de Leiria, o trânsito, segurança e prevenção rodoviária, o planeamento, gestão e regulação de estacionamentos, os transportes públicos e mobilidade elétrica, e as contraordenações.
A escolha do autarca socialista portomosense para a equipa do vereador, também socialista, da Câmara de Leiria, terá muito a ver, de acordo com fontes contactadas pelo nosso jornal, com «a larga experiência profissional de Rui Marto na área das obras, enquanto engenheiro civil», a que acresce o facto de «já ter sido, em Porto de Mós, vereador das obras municipais», o que é visto como «uma mais-valia pela experiência adquirida» numa área que é das mais importantes e sensíveis em qualquer município.
As nossas fontes garantem-nos que «do ponto de vista legal não há qualquer tipo de incompatibilidade» em Rui Marto ser vereador em Porto de Mós e adjunto de vereador em Leiria. Além de não ter pelouros atribuídos ocupa o lugar no executivo portomosense porque, para isso, foi eleito. Já na cidade do Lis é «um mero colaborador da autarquia a exercer funções de confiança política».
Rui Fernando Correia Marto, de 50 anos, é natural do Alqueidão da Serra. Engenheiro civil, iniciou a sua carreira há 25 anos. Começou a vida autárquica na sua terra natal onde foi membro da Assembleia de Freguesia, secretário e presidente da Junta de Freguesia. Em 2013, foi eleito vereador da Câmara Municipal de Porto de Mós na equipa liderada por João Salgueiro tendo ficado responsável, entre outros, pelo pelouro das obras públicas. Em 2017, encabeçou a lista do PS à Câmara, tendo o seu partido sido o segundo mais votado, pelo que assumiu o lugar de vereador na oposição. Em meados de 2018, pediu a suspensão do mandato, por seis meses, invocando motivos de ordem profissional. Concluído esse período, assumiu de novo o lugar de vereador, que ocupa até hoje.