Foi com alguma surpresa que os portomosenses, e até o próprio O Portomosense, receberam no passado dia 29 de fevereiro a notícia da apresentação no dia anterior do programa das Festas de São Pedro em plena Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Se em maio de 2023 a conferência de apresentação teve lugar no interior do Castelo de Porto de Mós, em fevereiro de 2024 o maior símbolo do concelho foi substituído pelos pavilhões que compõem a Feira Internacional de Lisboa (FIL), a mais de 100 quilómetros de distância.
Em comunicado enviado à nossa redação, a Câmara Municipal explica que o extenso programa desta festa de 10 dias e cujo tema é a Liberdade, fruto das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, foi dado a conhecer pelo vice-presidente e vereador com o pelouro da Cultura, que se fez acompanhar à capital pelo presidente da direção do Fundo Social dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Porto de Mós, pelo chef responsável pela Cozinha de Demonstração e ainda por uma banda com origens no nosso concelho, da qual sou particularmente admirador.
Se por um lado nos parece positivo mostrar Porto de Mós ao país e ao mundo, por outro estranhamos a falta de informação atempada aos “quatro ou cinco” jornais que cobrem regularmente a atualidade do concelho, aos quais apenas chegou um breve convite datado de 23 de fevereiro por parte da CIMRL intitulado de “Região de Leiria com a maior representação de sempre na BTL 2024” e com a explicação de que estariam «calendarizadas múltiplas apresentações de produtos turísticos dos municípios que vão surpreender todos os visitantes». Ora, “produtos turísticos” talvez seja uma expressão cujo sentido possa ser lato, mas parece-nos longe de se equiparar à “apresentação do evento mais esperado do ano pelos munícipes”. E é precisamente isso que as Festas de São Pedro são, quer se goste, quer não. Todos os nossos moradores, bem como muitos dos dos concelhos limítrofes, aguardam ansiosamente para saber quem vem à terra animar. Uns esperam para dizer bem, outros mal, mas isso já é crónico e por agora pouco importa. São gostos ou feitios. Apartes à parte, parece-nos estranho que os órgãos de comunicação social da terra não tenham recebido um programa com todas as atividades que o próprio Município ia desenvolver. E o problema é que esse programa existia. Chegou-nos foi tarde, após uma simpática – mesmo simpática!! – chamada telefónica com o gabinete de Comunicação da Câmara para apurar o sucedido e fruto da qual nos foi gentilmente cedido o tal documento, que nos havia, explicaram, de ter sido remetido pela CIMRL. E foi também essa a informação que minutos depois tentámos confirmar junto da referida estrutura, que, por via telefónica, também com gentileza nos pediu que enviássemos um e-mail a expor a situação. E-mail esse que, até à véspera do fecho deste jornal, não teve resposta, pelo que, com uma última tentativa telefónica, nos foi dito por parte do primeiro Secretário da Comunidade Intermunicipal que a missão, de facto, lhes incumbia e que, por motivos que se comprometera apurar, teria falhado.
Mas a culpa, se é que a há, pouco importa de quem é. Pazes com todos e bola para a frente. O mais difícil de aceitar é o facto de nos ter sido dificultada sem necessidade – e acreditamos piamente que sem dolo – a possibilidade de acompanhar in loco, de estarmos presentes no dia e na hora da apresentação do programa – sim, porque O Portomosense programou-se de forma a estar na BTL, e esteve, mas, pelos vistos, faltou pontaria…
Restou-nos a mesma solução que a de todos os surpreendidos, assistir online, a posteriori, para o informar deste e de outros grandes eventos que aí vêm e que pretendemos cobrir.
Lapsos à parte, ao Município de Porto de Mós endereçamos os nossos mais sinceros parabéns pelo excelente trabalho de promoção das nossas gentes, tradições e lugares. À CIMRL, o nosso aplauso pelo recorde de visitantes no seu stand.
Em junho brindamos neste que é, novamente, um ecoevento.