Sarau cultural ajuda escoteiros em missão solidária em África

27 Março 2024

Bruno Fidalgo Sousa

Reconstruir e equipar a creche de Boroma, em Moçambique, é a missão a que se vão prestar cinco jovens do AEP – Grupo 276 – Escoteiros de Mira de Aire, já no próximo verão.

Os escoteiros, todos com 17 ou 18 anos, vão aproveitar as férias escolares para passar um mês na província de Tete, em resposta ao desafio do bispo português na região, Diamantino Antunes, conforme explicou ao nosso jornal Artur Gomes, escoteiro-chefe que vai acompanhar o grupo, entre finais de julho e agosto. Vão dar também «aulas de inglês, português, informática e dar apoio essencialmente no centro de saúde», acompanhados por três missionários da Consolata e outros dois jovens convidados.

Mas o nobre objetivo tem custos: 60 mil euros, dos quais 20 mil estão a cargo do Grupo 276. A verba ajudará não só a custear a viagem, como a contribuir para a creche em questão, que se prevê apoiar cerca de 100 crianças com idades entre três e os cinco anos. Como tal, e para «não sobrecarregar a população de Mira de Aire com angariações», estão a procurar e a ter alguma adesão com apoios a nível de particulares e pontualmente com empresas – algumas delas colaboraram mesmo na logística do Sarau Solidário que o Grupo organizou no passado sábado, 2 de março, e que, segundo Artur Gomes, encheu a Casa da Cultura da vila, contribuindo com quase 2000 euros para a missão.

No cartaz estavam as atuações de Alex Alves, Grupo Entre Serras, NDT Zumba, Leandro Vieira e João Filipe, Tomé, Paulo Roxo, Telma Vieira e Zukutru e amigos, além dos próprios escoteiros, em «quase cinco horas seguidas» de espetáculo.

Durante o certame houve ainda tempo e espaço para apresentar a missão. Artur Gomes recorda a intervenção de um missionário queniano presente na Casa da Cultura este passado sábado: «’Também eu fui uma das crianças que cresceu e aprendeu numa escola criado pelos missionários, com a ajuda de pessoas que foram ajudar a construir essa escola’», relata Artur Gomes as palavras do sacerdote. «Nunca pensamos nisto, no quão importante é este apoio na sua formação pessoal. Pode ser que daqui a uns anos nós possamos ter aqui testemunhos de pessoas que possam dizer ‘eu estive naquela creche em Boroma e cresci e tornei-me [lá] melhor pessoa’», completa.

Até julho, o escoteiro-chefe quer amealhar a máxima verba possível, estando em cima da mesa ações de apresentação da missão e, numa ideia recente, levar a Mira de Aire uma sessão de teatro e o próprio bispo Diamantino Antunes, para falar da sua experiência em Boroma. Está também a decorrer um crowdfunding na plataforma GoFundMe, com uma meta de 10 mil euros, mas que «infelizmente não está a ter grande adesão» até ao momento.

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