Projetar as serras de Aire e Candeeiros e estimular a produção local é a missão do Made In Serra de Aire e Candeeiros, uma marca fundada há cerca de três anos por Telmo Matias, natural da Corredoura. O portomosense sabia que queria promover as particularidades das serras e encontrou nos produtos locais uma boa forma de as dar a conhecer, mas a uma grande escala. Trata-se de um negócio que junta vários produtos da região (queijos, mel, azeite, vinho, chouriços, licores, entre outros) em cabazes que são vendidos posteriormente a empresas. «Nós queremos ser uma mini Jugais nas Serras de Aire e Candeeiros, uma das melhores marcas deste setor no país», avança o portomosense.
A aposta nos produtos locais corresponde à primeira fase do projeto Made In, o qual Telmo Matias pensa futuramente alargar, com atividades turísticas e alojamento local, criando aqui uma sinergia com o foco, mais uma vez, na promoção destas serras que são parte do Maciço Calcário Estremenho. A trabalhar como file technician no parque eólico das Serras de Aire e Candeeiros, Telmo Matias é quem dirige a marca Made In, contando já com uma equipa de profissionais locais. «Neste momento a pessoa central sou eu e temos várias pessoas a dar apoio, nas fotografias, na parte de vídeo, no design, no embalamento e outra para o conteúdo geral. Vamos ter ainda duas pessoas que vão trabalhar só nos textos e traduções. Todas elas daqui», afirma.
Cabazes são vendidos maioritariamente para empresas
As vendas dos cabazes, que começam a ser preparados com alguns meses de antecedência, são feitas maioritariamente nas épocas festivas. Com 500 cabazes entregues no primeiro ano e 1 000 no segundo, o objetivo este ano está mais ambicioso «cerca de 2 000 cabazes» é o que se pretende vender nesta época natalícia, admite o criador da marca. Cada cabaz é batizado com o «nome de um local emblemático das Serras, existindo uma história por detrás de cada um deles», promovendo desta forma, o local e puxando mais uma vez ao turismo «Existe o cabaz Fórnea, o cabaz Aire, o cabaz Candeeiros, o cabaz 1979 [ano da fundação do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros] e este ano vou tentar lançar outro diferente», revela o criador da Made In, mostrando-se satisfeito com o feedback dos seus clientes, de quem diz não ter recebido, até ao momento, nenhuma queixa: «Temos reclamação zero. Eu passo os olhos pelos cabazes todos. Eles podem estar todos montados, mas quem os fecha sou eu. Neste momento é assim, porque quero certificar-me de que o que foi acordado está lá dentro. Para mim o melhor marketing é as pessoas aprovarem», garante.
«Estimular a produção local» é uma preocupação da marca de Telmo Matias, que já tem entre a 30 a 40 referências de produtores locais, ajudando-os também a «escoar os seus produtos» e a vender em maiores quantidades, sublinha. Telmo Matias admite que a partir do momento que renovou a imagem da marca, com profissionais especializados na área do marketing, do design e da fotografia começou imediatamente a ter o retorno do investimento, na medida em que as vendas duplicaram «da noite para o dia», por isso, garante, querer continuar a investir nesse sentido, de forma a «melhorar o catálogo, atraindo mais empresas».
«Neste momento o foco são as empresas, porque estamos a tentar escalar e a realidade é que precisamos das empresas para o fazer», argumenta o fundador da marca, reforçando que para já a venda à unidade não é uma prioridade «O desafio são as validades à unidade e só quando conseguirmos escala é que depois conseguimos lançar as plataformas online». É preciso investimento e as coisas demoram algum tempo, porque isto é um produto que efetivamente consegue vender-se à escala», reforça.
«As pessoas não estão a comprar o produto ao Telmo Matias. As pessoas estão a comprar o projeto. Quando se compra um cabaz está a apoiar-se alguma coisa localmente, tanto as pessoas que estão a trabalhar diretamente para a marca, como os próprios produtores», frisa o empresário portomosense destacando ainda o contributo feito pela Made In a outros projetos «Estamos a apoiar a cooperativa Terra Chã, que é um rebanho comunitário que existe na aldeia de Chãos, responsável por fazer a gestão de combustível para os incêndios florestais e o controlo dos matos».
Para além de dar a conhecer o trabalho de produtores locais, o Made In fá-lo dando-lhes uma roupagem nova, ou seja, trabalhando a sua imagem, ao mesmo tempo que conta histórias e apresenta novas localizações ao seu público. «O trabalho que se esta a fazer é mostrar também as Serras de Aire e Candeeiros de uma perspetiva que poucas pessoas conhecem. Assim, o objetivo é que o Made In Serra de Aire e Candeeiros seja uma porta de entrada para as serras e que os cabazes acabem por fazer turismo», levando este território mais longe. Tal como está escrito nos sacos do Made In «Leva-me comigo na bagagem e no coração».
Maciço, a mais recente marca integrada na “Made In Serra de Aire e Candeeiros”
Este ano para além dos cabazes, haverá uma novidade integrada no Made In Serra de Aire e Candeeiros. Maciço é o nome da nova marca, dedicada somente a vinhos de produtores da região à volta do maciço «Produtores de Rio Maior, Alcobaça, Cortes, Leiria, Ourém»… «Muitos projetos que não são vistos nos supermercados fazem agora parte do Maçico, ou seja de produtores desconhecidos, produtores de nova geração, com vinhos diferentes e até biológicos.
As pessoas podem adquirir as garrafas individualmente ou em conjuntos, podendo ainda escolher o tipo de embalamento.
Foto | DR