Três meses depois do arranque do processo de vacinação contra a COVID-19 no concelho, dois deles dedicados à inoculação da população em geral, O Portomosense esteve à conversa com a vereadora da Saúde, Telma Cruz, para um pequeno balanço, na perspetiva da Câmara, da forma como o processo está a decorrer. De acordo com a responsável autárquica «a vacinação, de uma forma global, tem corrido muito bem. Há uma grande articulação entre a equipa da Saúde e a do Município provando-se que juntos conseguimos fazer melhor», diz.
Nos quatro centros de vacinação o Município é o responsável por toda a logística mas trabalhando sempre em consonância com as necessidades e as solicitações da equipa de profissionais de saúde. A receção aos utentes é assegurada por funcionárias da autarquia e uma enfermeira ou médico. O encaminhamento das pessoas na sala é feito também pelas colaboradoras do Município que, entre outras funções, asseguram a limpeza constante dos vários espaços. Já a Saúde garante a triagem dos utentes no sentido de se perceber se as pessoas convocadas estão em condições de ser vacinadas, faz a preparação das vacinas e procede à sua administração e depois presta o apoio, caso se revele necessário, na fase de recobro, os 30 minutos que cada pessoa tem de aguardar na sala para “prevenir” a ocorrência de qualquer problema na sequência da administração da vacina. Antes, durante e depois, há ainda toda uma série de passos de caráter “administrativo” que também têm de ser dados pelos profissionais de saúde para que nada falhe. E é, então, «esta organização, articulação entre Município e Saúde, e o trabalho de equipa», que merecem da vereadora nota máxima, lamentando apenas que cheguem ao concelho «tão poucas vacinas».
A máquina em termos de recursos humanos, reconhece, é já algo pesada: «Se pensarmos em todas as pessoas, desde a equipa de enfermagem e médica, aos colaboradores do Município, estamos a falar de um número sempre superior a duas dezenas e meia de elementos. Não há um número fixo, vamos gerindo consoante as necessidades e é em função disso que cada um dos dois contribui com mais ou menos pessoas em cada dia».
A criação dos centros de vacinação trouxe desafios a ambas as partes mas foi, talvez, ao nível do Município que isso mais se notou com a necessidade que houve de colocar pessoas a desempenhar tarefas nalguns casos bem diferentes daquilo que habitualmente desempenham, ao contrário da Saúde em que o vacinar ou a triagem e acompanhamento de doentes sempre foi feito embora que em espaços e condições diferentes. E como é que os funcionários da autarquia estão a lidar com este novo desafio? «Muito bem», responde Telma Cruz.
«Eu acho que esta pandemia veio trazer mais ligação entre todos nós e o que elas me dizem [a larga maioria são senhoras a trabalhar habitualmente em escolas] é que gostam muito do que estão a fazer e eu penso que é isso que se nota todos os dias. Os utentes dizem-nos que são simpáticas e muito afáveis e isso é um orgulho para nós porque elas e eles também são representantes do Município e as pessoas ao sentirem-se tão bem, tão seguras e tão tranquilas, isso deixa-nos muito satisfeitos e tranquilos até porque é importante afastar os medos que a comunicação social vai trazendo com algumas notícias», realça a autarca.