A oitava edição do Teatro de Rua de Porto de Mós terminou este ano antes do previsto. A responsável de um dos grupos de teatro participantes (Mendigal), Albina Cordeiro, faleceu no dia 4 de agosto e, por isso, foram cancelados os dois últimos espetáculos do certame, que previa sete no total. Estiveram assim em cena cinco peças com vários momentos do 25 de Abril na região.
Em declarações a O Portomosense, o vereador da Cultura, Eduardo Amaral, avança que este é «um projeto de comunidade que reforça os valores e a identidade do concelho e, por isso, acaba por ser sempre um projeto aglutinador e com muita gente envolvida», reforça. A parceria com o Leirena Teatro – Companhia de Teatro de Leiria foi também destacada pelo vereador, que considera a companhia importante no acompanhamento dos grupos participantes, ajudando-os a construir as peças. Para Eduardo Amaral esta edição do evento de teatro foi positiva: «Pena foi o que aconteceu com uma das pessoas que é responsável pelo Mendigal, o facto de ter falecido, situação que nós lamentamos profundamente». «Ela era realmente a grande força matriz daquele grupo, o que nos levou também a ter que cancelar o último dia com os dois espetáculos, o do Teatro Olaré – Grupo de Teatro de Serro Ventoso e o do Mendigal», explicou o vereador, avançando ainda assim que o esperado é que os espetáculos cancelados se possam «realizar logo que haja condições anímicas», frisou.
25 de Abril para além de Lisboa
Com a temática deste ano – o 25 de Abril – «os mais novos e a própria comunidade puderam experienciar e sentir este marco histórico», considerou Eduardo Amaral, acrescentando que esta foi também uma preparação para o próximo ano, altura em que serão comemorados os 50 anos do 25 de Abril. «Desafiámos os grupos a construirem todo um enredo à volta do 25 de Abril e as várias etapas. Cada um decidiu qual é que era a etapa que queria desenvolver e trazer a cena mas, no fundo, irá servir para que em 2024 também possamos construir um espetáculo com todos os grupos e com o Leirena para finalizar e comemorar aqui os 50 anos do 25 de Abril», adiantou. Coronel Carvalho que esteve no golpe das Caldas da Rainha, assistiu à peça d’ Os Miudos da Serra – Grupo de Teatro do Alqueidão da Serra, «e muita gente não sabia sequer que ele era um portomosense do Alqueidão da Serra», realçou o vereador, que considera que esta edição do Teatro de Rua deu a conhecer o 25 de Abril de uma outra forma. «Normalmente, o que se explica do 25 de Abril é o que aconteceu em Lisboa e não o que aconteceu também no nosso território, e este facto de poder juntar a nossa visão ou a visão de cada um sobre o que aconteceu e a sua sensibilidade acaba por ser extremamente gratificante e para a comunidade é de relevar», acredita.
Quanto à atuação dos grupos de teatro, Eduardo Amaral considera que estão a «evoluir cada vez mais» e atribui esse crescimento também à interação com o Leirena, que «lhes permite partilhar conhecimento e experiência uns com os outros».
O Teatro de Rua é apoiado pelo Município, sendo que o movimento associativo, na ótica do vereador, «tem de ter a força necessária, juntamente com a sua comunidade, para poder fazer o que deseja, tendo o Município que ser unicamente facilitador ou apoiar as suas iniciativas, procurando parcerias, de forma a que cada um possa ter essa sua força de criação no desenvolvimento cultural». Eduardo Amaral acredita que «o movimento associativo só poderá existir ou só poderá ter força se a sua comunidade também o sentir e o reconhecer e essa ligação é fundamental, por isso isto é um projeto de comunidade », que reforça «o orgulho de sermos todos Porto de Mós independentemente de cada um estar a representar a sua associação ou a sua freguesia e este é um projeto de concelho e não projeto de freguesia».